Fonte: UFMG
Aplicativo desenvolvido por estudantes de uma escola pública busca prevenir suicídios e combater o jogo viral conhecido como Baleia azul. Outro aplicativo, acompanhado de protótipo de “geladeira inteligente”, ajuda no controle alimentar. Superfarinha enriquecida com frutas e verduras que seriam descartadas por sacolões combate a deficiência nutricional em idosos. Essas e outras 65 experiências científicas serão compartilhadas na 19ª edição da UFMG Jovem, agendada para a Praça de Serviços, no campus Pampulha, nos dias 26 a 27 de outubro.
Quatro mil visitantes deverão circular pela UFMG durante o evento, cujo tema é Ciência, tecnologia e matemática para o bem comum. “Queremos que os jovens e seus professores reflitam, estudem, inventem e inovem estimulados por esse conceito [bem comum] tão importante, antigo e presente na ética, na religião, nas ciências sociais e também tão central na inovação tecnológica e na pesquisa científica”, afirma o professor Yurij Castelfranchi, titular da Diretoria de Divulgação Científica da UFMG.
Neste ano, a feira está repleta de novidades, como o #ExploraUFMGJovem, espaço interativo que abrigará demonstrações, experiências e diálogos de divulgação científica. “Além da mostra de trabalhos das escolas da educação básica e das apresentações artísticas, o #ExploraUFMGJovem, organizado por alunos, docentes e técnicos, vai contemplar 20 projetos de pesquisa e extensão de diversas unidades”, antecipa a professora Débora d’Ávila Reis, coordenadora da UFMG Jovem.
Outra novidade é a intervenção artística coordenada pela professora Rosvita Kolb Bernardes, da Escola de Belas Artes (EBA), e pela discente Simone Lima. “Trata-se de uma ¬atividade com os alunos de graduação da Licenciatura de Artes Visuais que ocorrerá em espaço aberto. Eles vão trabalhar com tinta e colagem em painéis, desenvolvendo o tema da feira, na sexta de manhã e no sábado.”
Em várias frentes
Se o Jogo da Baleia azul oferece 50 motivos para a desistência da vida, o Diário 51 sugere mil passos para que o indivíduo busque ajuda e vença a batalha em favor da vida e contra o o suicídio. Esse é o eixo do aplicativo desenvolvido por estudantes da Escola Estadual Padre Alfredo Kobal, em Caputira, município mineiro com menos de 10 mil habitantes. O projeto, interdisciplinar, envolve conteúdos de Matemática, Ciências, Biologia, Física e Química, explica a professora Edileuza Oliveira Bárbara. “Aplicamos um questionário para jovens de 13 a 16 anos dos três turnos da escola, preservando o anonimato dos respondentes. O objetivo era identificar possibilidades de tendências suicidas na cidade. A partir daí, e em contato com uma equipe multidisciplinar dos serviços de saúde, desenvolvemos um protótipo que viabiliza uma espécie de atendimento clínico, em que é possível ‘consultar’ um profissional e obter ajuda sem a presença física”, detalha a professora. Segundo ela, as respostas aos questionários revelaram que o atendimento remoto é uma opção bem mais confortável para 60% das pessoas que precisam de ajuda.
Outro dispositivo com potencial para fazer sucesso na UFMG Jovem é o Nutry Saúde, aplicativo Android desenvolvido por estudantes do curso técnico em informática da Utramig, em Nova Lima. A ferramenta, acompanhada de uma “geladeira inteligente”, ajuda no controle alimentar. “Com esse aplicativo, nosso desejo é contribuir para que o país alcance algumas metas vinculadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU)”, explica a professora Daniela de Oliveira Lage.
Enriquecida com frutas, legumes e verduras, a superfarinha foi desenvolvida por estudantes do Colégio Unifemm, de Sete Lagoas. O alimento, que combate a deficiência nutricional, principalmente em idosos, leva tomate, maçã, laranja, pera, banana, couve-flor e repolho. “Uma grande quantidade de alimentos é desperdiçada em sacolões e centrais de abastecimento porque apresentam pequenas deformações e aspecto que impossibilitam a venda, mas as suas propriedades nutritivas permanecem intactas”, relata o professor de geografia Eduardo Teixeira. Com apoio de uma nutricionista, o grupo identificou alimentos fundamentais para a reposição nutricional dos idosos. Eles foram doados pelos sacolões da cidade, desidratados e processados no Laboratório Dietético do colégio.
Fonte: Zirlene Lemos / Jornalista da Pró-reitoria de Extensão