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46 anos com e pela ciência

Postado em Notícias da Fundep

Fundep comemora mais de quatro décadas de atuação na gestão de projetos de pesquisa, ensino e inovação e pelo avanço científico e tecnológico. Novo presidente, professor Jaime Ramírez, reflete sobre a trajetória da Fundação e seu papel na atualidade

 

Há 46 anos, a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) iniciava suas atividades em um cenário de intensas transformações para a Ciência e Tecnologia no Brasil. O papel das universidades se ampliava para um modelo de ensino e pesquisa com foco na formação de recursos humanos e na geração de conhecimentos e tecnologias nacionais de alto nível.

 

Da esquerda para a direita: Prof. eurico Alvarenga de Figueiredo, Doutor Wagner Saleme, Doutora Gilca Alves Wainstein

 

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a institucionalização da pesquisa fez com que os próprios departamentos se mobilizassem para criar a Fundep como uma Fundação de Apoio para as demandas administrativas e financeiras. “Naquela época, a Fundep não era possibilidade, mas sim uma essencialidade. Sem a Fundação, não haveria como administrar os recursos da forma como eles chegavam”, comenta a professora Gilca Alves Wainstein, fundadora e primeira diretora da Fundep, de 1975 a 1979.

Em mais de quatro décadas de atuação, a história da Fundep é a história da luta pela pesquisa. Com pioneirismo, a Fundação estimulou e usufruiu de um ambiente de incentivo à Ciência, Tecnologia e Inovação que regulamentou parcerias entre a academia, governo e setor produtivo, como a Lei de Inovação e a Lei do Bem, em 2004 e 2005 respectivamente, e mais recentemente, o Marco Legal da Ciência e Tecnologia.

 

Prédio da Fundep em 1988, no campus UFMG Pampulha, em Belo Horizonte

 

Atenta às oportunidades para o avanço científico e tecnológico, a Fundação vem ampliando seu escopo de serviços suportando toda a jornada de desenvolvimento de uma pesquisa – desde a conexão para a captação de recursos e parcerias como o Programa Rota 2030, que estimula o desenvolvimento de inovações tecnológicas para o setor automotivo; até a possibilidade desse conhecimento ser transferido em tecnologia para a sociedade e para o mercado com o apoio da Fundepar, agência de investimentos em empresas de base tecnológica.

Hoje, esse legado de fomento à pesquisa, ensino e inovação atende as demandas exponenciais da ciência em segmentos variados, como saúde, sustentabilidade e mobilidade. Especialmente no combate à pandemia de Covid-19, a Fundep está atuando junto à UFMG com o Programa de Cooperativa de Laboratórios (Coolabs), que reúne a infraestrutura e o conhecimento técnico-científico dos laboratórios da Universidade para o atendimento às demandas de testes moleculares do novo coronavírus, e com a campanha de financiamento coletivo ‘Colabore com os Hospitais da UFMG’, que já arrecadou mais de R$ 5 milhões para a compra de equipamentos, materiais e insumos para unidades de saúde ligadas à Universidade, apoiando o atendimento às vítimas da Covid-19.

 

Centro de Tecnologias em Vacinas da UFMG na revista científica, Nature

 

Assim, a Fundep vem expandindo sua atuação: em 46 anos são cerca de 30 mil projetos gerenciados em mais de 35 Institutos de Ciência e Tecnologia pelo Brasil. Para o novo presidente da Fundação e ex-reitor da UFMG, professor Jaime Arturo Ramírez, o pesquisador brasileiro precisa do apoio contínuo, evolutivo e ininterrupto da Fundep, que funciona como um agente catalisador de novas oportunidades para o avanço científico e tecnológico do país.

Para celebrar o aniversário da instituição, o presidente compartilha suas percepções sobre a trajetória da Fundep e o cenário de pesquisa, ensino e inovação:

Com mais de quatro décadas de atuação, qual é o atual papel da Fundep no apoio à Universidade?

A Fundep nasceu da necessidade de apoiar com agilidade e eficiência a gestão dos projetos de pesquisa da UFMG. Passados 46 anos, essa necessidade continua – os pesquisadores precisam desse apoio da mesma maneira. Entretanto, estamos em outro momento de desenvolvimento da universidade e da sociedade: o sistema de Ciência e Tecnologia mudou, vivemos em um mundo globalizado, a informação circula com uma rapidez inimaginável e o conhecimento passa a ter um papel fundamental. Nesse contexto, a Fundep tem que continuar provendo o apoio ao gerenciamento de projetos de pesquisas com excelência, mas, ao mesmo tempo, deve também cumprir o papel de desenvolvimento institucional da UFMG, sendo catalisador entre a universidade – onde há o avanço do conhecimento – o governo e a sociedade.

Qual é a importância das Universidades Federais, em especial, neste momento de crise em diversas esferas da nossa sociedade?

Eu vejo as Universidades Federais como um patrimônio da sociedade brasileira em todos os aspectos. São “celeiros”, no sentido mais amplo, onde a sociedade pode se dirigir para encontrar as soluções para as questões do dia a dia e também para os desafios mais difíceis do país. No Brasil, a pandemia de Covid-19 está mostrando mais uma vez que as universidades são imprescindíveis para o avanço da sociedade, já que formam cidadãos, pesquisadores e profissionais que vão atuar em diversas áreas e desenvolvem pesquisas de altíssima qualidade, de relevância social e de repercussão internacional capazes de superar os desafios mais adversos. Na história da humanidade, não há exemplo de sociedade que tenha se desenvolvido no sentido de bem-estar social sem o cultivo do conhecimento e a valorização das universidades.

Qual é a importância do apoio da Fundep na viabilização de iniciativas de impacto social?

Com a consolidação das universidades, as fundações continuam desenvolvendo o papel de sua concepção – apoiar e fomentar a realização de atividades de pesquisa, ensino e extensão –, mas elas passam a ter um papel mais estratégico, sobretudo na história mais recente do Brasil. Sempre junto às universidades e institutos parceiros, as Fundações de Apoio podem abrir mais portas e serem catalisadores entre as diversas partes da nossa sociedade, apoiando a solução de problemas complexos e transversais, nos quais as universidades têm o conhecimento, a massa crítica e a competência.

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