Inspirado na cultura empreendedora americana, em quea criança é estimulada a ganhar seu primeiro dólar vendendo limonada em uma banca em frente à sua casa, o Lemonadebusca incentivar quem tem uma ideia a colocá-la em prática, criar um produto novo e, assim, tero próprio negócio.
A iniciativa é um programa de pré-aceleração de empresas de base tecnológica. A realização é da Fundep Participações S.A (Fundepar), em parceria com o Sebrae MG, o Techmall BH, a Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (Fapemig) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, por meio do Sistema Mineiro de Inovação (Simi). O Lemonade conta, ainda, com o apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), do Núcleo UFMG de Empresas Juniores, da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), do Ibmec e do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG).
Imersão em gestão
Dirigido a alunos de curso técnico, graduação e pós graduação, professores universitários, pesquisadores e demais pessoas interessadas em inovação e empreendedorismo, o programa consiste em uma imersão de oito semanas contínuas de atividades. Nesse período, os participantes receberão, gratuitamente, capacitação, mentorias e poderão usufruir de espaços de coworking. Ao final, o Lemonade oferecerá, ainda, até cinco investimentos de até R$ 500 mil e até cinco vagas no programa de aceleração do Techmall BH. Trata-se de um estímulo para o primeiro negócio dos empreendedores.
“O intuito é que, com essa estrutura, tecnologias e ideias nascidas nas universidades de Belo Horizonte possam sair do papel e se estabelecer para, assim, promover mais rapidamente desenvolvimento, trazendo benefícios para a sociedade”, explicaRamon Dias de Azevedo, diretor da Fundepar.
De acordo com Aluir Dias, gestor de Captação de Novos Projetos da Fundepar, as startups no Brasil nem sempre têm o suporte necessário para encontrarem um terreno fértil para consolidação efetiva no mercado. “Existem diversas ações de empreendedorismo, mas são desconectadas e desorganizadas. Sem ‘reinventar a roda’, o Lemonade pretende conectar os atores e desenvolver novos negócios por meio dos pilares: inteligência, infraestrutura e recursos”, afirma.
Segundo o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Minas Gerais, Leonardo Dias, o objetivo é que Minas se torne um exemplo no país e no mundo na área de inovação. “Uma iniciativa como o Lemonade coloca em prática ações importantes para contemplar essa meta, movimentando o mercado e capacitando mais de 150 pessoas interessadas em fomentar o ecossistema de empreendedorismo mineiro”, diz.
Dada a largada
No dia 30 de junho, em cerimônia realizada no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), foram anunciados 27 projetos selecionados para participarem desta primeira edição do Lemonade. Entre as ideias, há aplicativo que permite verificar filas de espera para atendimento médico em unidades de saúde; microchip para acompanhar a localização e monitorar a saúde do animal de estimação;e novo processo para a produção de vidros. Clique aqui e confira todos projetos selecionados.
Entre os presentes no evento de abertura, estavam o Reitor da UFMG, professor Jaime Arturo Ramírez; o superintendente de Inovação Tecnologia da Secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de MG, Roberto Rosembaum; o diretor de Operações do Sebrae/MG, Anderson Cabido; e o presidente da Fundep, Alfredo Gontijo de Oliveira.
Segundo Ramon Azevedo, diretor da Fundepar, o projeto mobilizou um grande número de jovens, em sua maioria estudantes com espírito empreendedor, que serão uma peça fundamental para fomentar o ecossistema mineiro de inovação. “Foram quase 400 pessoas envolvidas nos encontros preparatórios, tendo participação direta das principais instituições de ensino da Grande BH, o que gerou um número significativo de equipes multidisciplinares e interinstitucional”, diz.
Em 2 de julho, o Lemonade iniciou aformação para o desenvolvimento dos negócios propostos.As fases focam no amadurecimento das ideias, conhecimento de mercado, estratégias de entrada, preparação financeira, precificação, projeção de fluxo de caixa, análise de mercado e dimensionamento de investimento. Ao longo das etapas, as equipes passarão por seleção e, ao final, sete grupos se apresentarão em um demo day para investidores. É nessa oportunidade que os projetos poderão receber um aporte de até R$ 500 mil e ganhar vaga no Techmall BH – reconhecida como uma das 10 melhores aceleradoras do país, segundo o Startup Brasil.
Fundepar
Criada pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), a Fundepar apoia empresas emergentes inovadoras, aportando recursos para estruturação de startups que gerem tecnologias comerciáveis, colaborando, assim, para a transferência de conhecimento para a sociedade. A iniciativa visa contribuir para a evolução das investidas fornecendo capital e know-how para que o empreendimento possa seguir seu caminho de maneira independente.
Com o Programa, a Fundep é a primeira fundação de apoio do Brasil a investir capital próprio em empreendimentos dessa natureza. Também inédito no país, o modelo de financiamento segue a tendência de experiências bem-sucedidas de universidades estrangeiras.