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Aplicativo brasileiro ensina língua africana para crianças

Postado em Ciência, Tecnologia e Inovação

Fonte: Revista Galileu – Larissa Lopes

Professores da rede púbica de ensino de São Paulo criaram um aplicativo para ensinar as crianças a falarem kimbundu, uma língua angolana falada por mais de 3 milhões de pessoas ao redor do mundo.
O aplicativo foi idealizado pela socióloga Odara Dèlé e pelo historiador Edson Pereira, que sentiam falta de material didático para trabalhar as questões africanas e afrobrasileiras em sala de aula.
Desde 2013, a lei 10.639/03 exige que a história e a cultura africanas façam parte do currículo de todo estudante. Ainda assim, o material para que isso seja feito ainda é escasso.
O Alfabantu já está disponível para Android e tem conquistado avaliações positivas de professores que o usaram.
“A gente percebeu que havia uma escassez de materiais para trabalhar essa questão e também que os alunos estavam mexendo muito no celular”, conta Odara, criadora do aplicativo. “Então, ao invés de abrir mão de um para trabalhar o outro, nós resolvemos unir as duas coisas de forma que todos se beneficiassem.” 
A de amor ou de asoneki (escritor)
Os professores se atraíram pelo kimbundu por ser uma língua de matriz africana muito próxima do português.
Coca, moleque, ginga e canjica, por exemplo, são algumas palavras do kimbundu que foram integradas ao nosso vocabulário. “A nossa língua pode até ter vindo de Portugal, mas o nosso português teve várias contribuições de povos diversos, como os indígenas, africanos e europeus. Foi assim que a gente conseguiu construir a língua que falamos hoje”, lembra Odara.
Em comparação com o nosso português, o kimbundu tem algumas fonéticas que exigem a língua mais no céu da boca, além de letras diferentes, como NG e PH.
Para divertir as crianças, cada informação e palavra é acompanhada por animações e áudios para repetir as palavras direitinho. Há também vários quizzes para elas testarem o novo conhecimento.

Captura de tela – app Alfabantu

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O aplicativo está sendo usado principalmente entre as crianças de 7 a 9 anos, na rede municipal, com os alunos do Edson, e o feedback está sendo bem positivo”, afirma Odara, que também usa o app para trabalhar o assunto nas aulas de sociologia no ensino médio.
“Trabalho a história e cultura do continente africano como um todo e depois vou me aprofundando na Angola e na língua kimbundu. Os resultados têm sido bastante positivos também.”
 
Fonte: site – Revista Galileu

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