O BiotechTown, fruto da parceria entre a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) e sua agência de inovação, a Fundep Participações (Fundepar), e a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), concluiu o processo seletivo da 3ª edição do seu Programa de Desenvolvimento de Negócios (PDN). No total foram aprovadas nove startups e cada uma receberá R$400 mil em investimentos, além da aceleração do negócio pelos próximos onze meses de programa.
O processo de avaliação das startups contou com a participação de representantes da Alvarez & Marsal e da Saúde Global, parceiras do BiotechTown que utilizaram da excelência em prospecção e seleção do hub de inovação para encontrar startups que se encaixem em seus perfis de investimento.
A Alvarez & Marsal e a Saúde Global podem viabilizar co-investimentos com o BiotechTown em startups específicas, aumentando o ticket dessas startups, ou mesmo realizar investimentos individuais em startups não selecionadas para a aceleração. É possível que este segundo tipo de aplicação ocorra pois cada empresa pode buscar bionegócios com características diferentes, como a sua área de atuação, o estágio de desenvolvimento, perfil profissional da equipe, dentre outros.
As bancas de avaliação e seleção contaram também com especialistas em biotecnologia, bionegócios, investimentos e outras áreas, o que aumentou ainda mais o rigor científico e mercadológico do processo. Estiveram presentes as instituições Codemge, Fundep, Fundepar, Thermo Fisher, Biominas, CT Vacinas, Enzytec, Eretz.bio, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e 42 Codelab.
CONHEÇA AS STARTUPS APROVADAS PELO BIOTECHTOWN PARA PARTICIPAR DO PDN
Bio.inn
A Bio.inn trabalha na biofabricação de insumos de alto valor agregado, tendo a bioimpressão e a engenharia genética como tecnologias principais. O primeiro destes insumos é o colágeno tipo 1 ultrapuro bioidêntico ao humano, aplicável inicialmente à indústria de preenchedores dérmicos e expansível para outras aplicações, da medicina regenerativa aos cosméticos.
Cepha
A Cepha trabalha na democratização e descentralização dos testes moleculares de detecção de patógenos. O dispositivo OmniLAMP vale-se da técnica LAMP para a detecção rápida e eficaz da COVID 19, funcionando com um dispositivo point-of-care (PoC) que pode ser utilizado em locais com estrutura mínima adequada e sem a necessidade de um ambiente laboratorial para tal, com resultados em apenas 30 minutos e sem necessidade de pré-processamento.
Eye connect
A Eye Connect é uma plataforma em nuvem que permite que médicos especialistas forneçam laudos ou diagnósticos com base em exames de imagens, possibilitando um atendimento mais dinâmico do que o atualmente realizado em determinadas localidades. A startup confere acessibilidade a profissionais especializados em locais remotos e que não dispõem da infraestrutura adequada, principalmente no campo da oftalmologia.
Kimera
A Kimera tem foco na produção do hormônio eCG, utilizado para estimular o cio e a ovulação de vacas e marrãs para a realização da inseminação artificial por meio de técnicas de expressão de proteínas recombinantes. O hormônio comercializado tem menor custo de produção do que os concorrentes e não inflige sofrimento aos animais, comparativamente às abordagens tradicionais utilizadas.
Microbiotech
A Microbiotech desenvolve produtos com base em bacteriófagos para controle biológico de bactérias e biofilmes de interesse médico, veterinário e da indústria de petróleo. Além do controle biológico, trabalham na produção de antígenos recombinantes que podem ser utilizados em kits de diagnóstico direcionados a arboviroses, tais como dengue, Zika e Mayaro.
Pineal Tecnologias 3D
A startup emprega tecnologia de impressão 3D com foco na medicina veterinária. Utiliza métodos avançados de tecnologias de impressão para prototipagem rápida de dispositivos ortopédicos customizados como cadeiras de rodas, próteses e órteses, as quais conferem mais qualidade de vida a animais deficientes. Também auxiliam profissionais da saúde como médicos, fisioterapeutas e alunos através de biomodelos, que consistem da impressão 3D dos exames de tomografia computadorizada para planejamento cirúrgico, cursos, palestras e estudos.
Recombine Biotech
A Recombine Biotech utiliza uma plataforma de desenvolvimento de produtos baseada na expressão de proteínas recombinantes para a confecção racional de kits de diagnósticos e vacinas. Seu primeiro produto é um Diagnóstico para Leishmaniose Visceral Canina e agora trabalha no desenvolvimento de novos diagnósticos, inclusive um para Covid-19.
S Cosméticos do bem
A S Cosméticos do Bem pesquisa e desenvolve cosméticos a partir de métodos escaláveis e sustentáveis. Com foco em dermatofitocosméticos, esta startup utiliza a tecnologia para extrair biomoléculas de matéria-prima vegetal e fabricar produtos com emissão de carbono menor que 2%. Três produtos já foram desenvolvidos, sendo que um deles, um sérum rejuvenescedor, já é registrado na ANVISA e comercializado em canais de venda física e on-line.
Ziel Biosciences
A Ziel é voltada à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias inovadoras na área de oncologia e saúde da mulher. Em meio a várias patentes, destacam-se o kit auto coletor para rastreamento de câncer de colo uterino e um teste de avaliação de quimiorresistência de tumores in vitro.
O PROGRAMA
O Programa de Desenvolvimento de Negócios do BiotechTown tem como objetivo ajudar as startups de Biotecnologia e Ciências da Vida a se posicionarem no mercado com sucesso e estabilidade. Além do montante financeiro investido, o BiotechTown utiliza uma metodologia própria e focada nas particularidades de cada startup para apoiar o crescimento e a profissionalização dos empreendimentos por meio de mentorias e acompanhamento individual. Nas duas primeiras edições, o Programa realizou o investimento em 13 startups, que agora totalizaram R$1.8 milhões.
A TERCEIRA EDIÇÃO
No total foram 88 startups inscritas para participação na terceira edição do PDN. Destas, 30 foram classificadas para a sua fase inicial, o bioSPRINT e 9 foram selecionadas nas bancas avaliadoras para a efetivação do investimento e participação da fase de aceleração, o bioRUN.
O cenário pandêmico em que vivemos trouxe algumas particularidades à esta edição, como explica a Head de Aceleração do BiotechTown, Ana Marcatto: “O fato de estarmos numa pandemia dificultou um pouco o início do processo, mas teve um aspecto positivo, pois aprendemos ao longo do Programa e percebemos que estávamos aptos a ampliar o horizonte. Desta forma, flexibilizamos o modelo de participação e pudemos captar startups de outros estados com muita segurança.
Esta edição também trouxe startups de áreas que até então não eram aceleradas pelo BiotechTown. “Entendemos o momento do mercado e as áreas de maior desenvolvimento para ampliarmos a diversidade das startups investidas. Antes tínhamos um foco muito grande em Saúde Humana e Digital Health e agora enriquecemos nosso portfólio nas áreas de Agricultura e Saúde Animal”, afirmou Ana.
O nível dos empreendimentos selecionados também é considerado alto e a prospecção ativa foi essencial para este resultado: “O time do BiotechTown foi muito eficiente ao encontrar startups que têm o perfil ideal para o nosso Programa e o resultado nos agradou muito. São startups maduras, com produtos minimamente viáveis já desenvolvidos e algumas delas até mesmo já possuem atuação no mercado”, finaliza Ana Marcatto.
As nove novas startups já estão recebendo os investimentos do BiotechTown que totalizam R$400.000,00 para cada, entre aporte financeiro, consultorias para aceleração e uso da estrutura do hub, que inclui o Open Lab e o CMO.
Fonte: Portal BiotechTown