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Como transformar pesquisa científica em produtos para o mercado?

Postado em Ciência, Tecnologia e Inovação
Janayna Bhering apresentou as melhores práticas no mundo das startups. Imagem: Gabriella Ponte – Ascom / Bio-Manguinhos

Para mostrar sua experiência na gerência de Negócios e Parcerias da Fundação de Desenvolvimento de Pesquisa (Fundep), Janayna Bhering foi convidada para se apresentar no segundo dia da sexta edição do Seminário Anual Científico e Tecnológico em Imunobiológicos de Bio-Manguinhos (SACT-Bio). O diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, estava na coordenação da mesa. O objetivo de Janayra foi expor as melhores práticas no mundo das startups, explicando como formar parcerias, contando com inovações colaborativas.
Ela comentou que a publicação do decreto que regulamenta o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei nº 13.243/2016) no início desse ano facilitará a desburocratizar as parcerias. “Medidas como essa criam mecanismos para que os brasileiros possam empreender nessa área”. Janayna contou que a Fundep realiza a gestão dos projetos oferecendo captação de recursos e estimulando empreendedorismo e inovação. “Existe muito recurso disponível, só precisamos saber onde ele está e como acessar. São recursos nacionais e internacionais que podem contribuir em soluções na área de saúde para o mercado ou para o SUS”, completou.
Os esforços da Fundação estão em viabilizar os projetos e firmar cada vez mais parceiros pelo país e pelo mundo, sejam eles privados ou de governo. “A Fundep possui mecanismos de financiamento para garantir os recursos necessários para evitar que o especialista interrompa sua pesquisa e possa chegar a um serviço ou produto final. Só em 2017, foram mais de 3 mil projetos gerenciados. Fomentar novos negócios requer pessoas capacitadas em gestão, para estarem mais preparados a atuar no mercado. Nós realizamos treinamentos mostrando experiências exitosas e erros comuns para evita-los no futuro”, destacou a gerente.
A Fundação fez um raio-x da indústria de biociências nacional e identificou a região Sudeste como a que possui mais empresas. Só nesta área, são 141 empresas que atuam no segmento da biotecnologia. “Cerca de 33% delas são focadas em saúde humana e mais de 40% delas são provenientes de startups. Fico feliz em saber que a Fiocruz vai lançar um edital cujo objetivo é financiar ideias inovadoras, podendo iniciar uma startup para solucionar um problema na área de saúde. Isso mostra a evolução da ciência e tecnologia no Brasil”, afirmou a palestrante.
 
Principais desafios
“Segundo o meu conhecimento, as pessoas têm muita dificuldade em: captar recursos financeiros; explorar novos mercados; e ampliar a infraestrutura da empresa. E a solução para esses gargalos é coworking: cooperação para crescer, interação com universidades, fusões e aquisições, joint ventures. A colaboração nunca esteve tão em alta”, explicou Janayna.
As empresas de biociências possuem desafios como conhecimento regulatório e de propriedade intelectual. É preciso competências como domínio de plataformas tecnológicas, desenvolvimento de produtos e serviços inovadores.
“Bio-Manguinhos, por exemplo, possui essa expertise e existem muitos cientistas no mercado enfrentando um grande desafio que é aplicar a ciência e o conhecimento no mercado, atendendo as demandas tecnológicas da área. Porque não juntar esses profissionais e fazer uma parceria com o Instituto? Uma das funções da Fundep é justamente fazer o mapeamento de competências e criar oportunidades de firmar estas parcerias, fomentando os mercados nacionais e internacionais”, concluiu a gerente.​
 
Fonte: Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos)
 

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