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De emocionar o coração

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A história de Jesus Cristo tem um cenário mais que especial em Belo Horizonte. O Presépio do Pipiripau, localizado no Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) da UFMG, narra, em um palco de 45 cenas com 586 personagens e peças, a história do Filho de Deus – desde o seu nascimento, com a figura do Menino Jesus mexendo os pezinhos na manjedoura, à sua morte, com efeitos de raios e trovões, e ressurreição.
Com peças modeladas em argila, papel machê, conchas e outros materiais; e engenhoso maquinário que dá movimento aos quadros (feito de barbante, carretéis de linha, polias, mecanismos de relógio, radiola, gramofone e vários outros itens), o Pipiripau foi todo criado pelo artesão Raimundo Machado Azeredo. Ele começou a montar um presépio aos 12 anos de idade, em 1906. O que inicialmente era uma caixinha de sapato se tornou um grandioso complexo artístico tombado como patrimônio cultural.
Após cinco anos fechada para uma minuciosa reforma, a obra centenária foi reinaugurada no dia 26 de abril. As instalações foram revitalizadas e o espaço modernizado para oferecer mais conforto aos visitantes. O projeto da UFMG contou com aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com financiamento regulado pela Lei Rouanet e com patrocínio do Instituto Unimed-BH. O meticuloso trabalho de pesquisa e restauro foi realizado pela equipe do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFMG (Cecor/UFMG), com a participação de professores de outras áreas e departamentos da Universidade. A Fundep foi a gestora administrativa-financeira da iniciativa.
Parceria Fundep
A Fundação faz parte da história do Presépio. “A Fundep apoiou a Universidade na compra da obra, em 1976, e manteve a parceria com o ‘Seu’ Raimundo, que cuidava e enriquecia o Presépio ao longo de toda a sua vida”, revela o gerente de projetos Antônio Faraci.
A gestão do projeto de restauração foi via Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade. “Esta iniciativa contou com um grande esforço das equipes da Fundep, pois tratava-se de um patrimônio artístico tombado, o que nos demandou trabalhar com normas específicas e diversas exigências. Acompanhar todo o ciclo de vida desta restauração foi desafiante e nos permitiu aprender e ampliar conhecimentos em gestão de projetos numa área diferenciada, que é a artística. Fazer parte de uma iniciativa de tanta relevância para a nossa população foi extremamente gratificante! Além disso, perceber, na reinauguração, o reconhecimento do coordenador e a alegria e emoção das pessoas contemplando a obra restaurada, nos dá a sensação do dever cumprido”, fala Luciana Papatella, gerente de Projetos Especiais.
Para o coordenador do projeto, professor Fabrício Fernandino, “a Fundep é uma parceira inestimável”. O professor destaca a importância desse suporte, especialmente neste trabalho, que trata de um projeto incentivado e tem compromisso ainda maior com os Ministérios. “Com a competência da Fundação, tenho a tranquilidade para prestar contas e a garantia da idoneidade de todo o processo, pois os profissionais cuidaram para não haver erros no percurso e para tudo se desenvolver conforme as normas e regras. Sem contar todas as facilidades que a instituição oferece: compras de materiais, pesquisa de mercado, contratação da mão de obra, entre várias outras. Os analistas se envolveram, solucionaram pendências e buscaram agilizar as demandas, sempre trabalhando lado a lado com a gente”. O professor ainda conclui orgulhoso: “O apoio foi fundamental para que conseguíssemos entregar essa obra com carinho à toda população. O Presépio se tornou parte da afetividade de Belo Horizonte, pela sua delicadeza e pela capacidade de transformar as pessoas e reavivar a criança que existe em cada um de nós”, destaca.
Evento de reinauguração
A solenidade de reinauguração contou com a presença do presidente da Fundep, professor Alfredo Gontijo de Oliveira, além de Antônio Faraci, Luciana Papatella e Ágatha Costa, da Gerência de Projetos Especiais da Fundação. Também estiveram presentes o reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez, e o diretor-presidente do Instituto Unimed-BH, o médico Samuel Flam. O evento teve, ainda, uma performance do cantor Maurício Tizumba.
“O Presépio é um dos maiores patrimônios de nossa cultura, a obra da vida de um grande artista popular. As cenas e personagens que ele construiu aliam a religiosidade do povo mineiro, a simplicidade de seu cotidiano e o deslumbre com os engenhos. Para a UFMG, é um orgulho devolvê-lo restaurado à cidade de Belo Horizonte”, afirma o reitor Jaime Ramirez.
O diretor-presidente da Unimed, Samuel Flam, também ressaltou a importância do complexo artístico para a cultura da capital mineira: “além de cuidar das pessoas, também nos dedicamos a espaços que fazem parte da história e da identidade de Belo Horizonte, reforçando nosso compromisso social com a população e a cidade. Por isso, escolhemos participar do restauro do Presépio do Pipiripau, um dos nossos patrimônios. Estamos muito felizes com o resultado e, principalmente, em poder contribuir para esta entrega tão simbólica para os mineiros”.
Visitação Presépio do Pipiripau
Local: Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG
Endereço: Rua Gustavo da Silveira, 1.035, bairro Santa Inês
Funcionamento: aberto para visitação às quartas, quintas e sextas-feiras, às 11h e 16h. Nos fins de semana às 11h, 12h, 15h e 17h. Valor da entrada: R$ 10.

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