Pesquisadores alertam para o advento de modalidade mais sofisticada de manipulação midiática
Fonte: Redes Sociais/Site UFMG
Serviço digital para detectar fake news e comportamentos maliciosos em redes sociais para as eleições de 2018 no Brasil acaba de ser lançado pelo Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG.
Denominado Eleições sem fake, o serviço está hospedado no site do DCC. “A ideia do projeto nasceu no nosso grupo de Laboratório de Computação Social. O site contempla série de sistemas que possibilitam a jornalistas, analistas, cientistas políticos ou a outros interessados acessar dados de audiência de políticos, audiência e perfis de jornais e monitorar comportamentos suspeitos no Twitter e Facebook”, explica o professor Fabrício Benevenuto, coordenador do projeto.
Lado a lado
No site, também é possível comparar como as notícias de um mesmo tema foram tratadas em jornais diferentes. Para Benevenuto, a iniciativa pode ajudar a tornar mais transparentes as relações dos políticos com os possíveis eleitores nas redes sociais. “Espero que a ferramenta iniba políticos e empresas a usarem essas táticas que geram popularidade de conteúdo on-line e disseminam conteúdos falsos”, pontua.
Assista ao vídeo produzido pela equipe das Redes Sociais da UFMG:
Falsificação profunda
As notícias falsas não são um fenômeno novo, mas têm ganhado proporções crescentes no ambiente de redes sociais, como afirmam os pesquisadores Virgílio Almeida, Danilo Doneda e Ronaldo Lemos no artigo Fake news e a desordem informacional, publicado na edição 2.013 do Boletim UFMG.
No texto, o trio alerta para o advento de um fenômeno sofisticado de manipulação digital, a deep fake (falsificação profunda), em que fragmentos de imagens e vozes podem ser sintetizados até alcançarem resultados próximos da perfeição. “A divulgação de textos com conteúdo de algum modo mentiroso representa apenas o começo do fenômeno das fake news. O próximo passo parece ser a era das deep fake news. Será cada vez mais difícil separar a realidade da manipulação digital”, escrevem os autores.