No mês de maio a maternidade é celebrada em todo país e no projeto Mulheres na Ciência não seria diferente. No dia 13/05, às 15h, o encontro, que está em sua 7ª edição, traz o tema “Pesquisadoras e Mães”, com participantes de diferentes áreas que irão compartilhar as suas experiências em conciliar a pesquisa, a vida pessoal e a criação de seus filhos.
Em 2021, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) incluiu uma seção para o registro de licença-maternidade das pesquisadoras cadastradas na Plataforma Lattes, iniciativa que contribuiu para a compreensão em relação à diminuição da produção de artigos durante o período. A iniciativa é fruto de um pedido realizado antes da pandemia, em 2019, pelo projeto Parent in Science, que discute a paternidade e a maternidade na ciência brasileira.
Entre os meses de abril e maio de 2020, buscando entender como a maior crise sanitária mundial impactou a produção acadêmica no país, a iniciativa aplicou questionários que foram respondidos por quase 15 mil cientistas, entre discentes de pós-graduação, pós-doutorandas(os) e docentes/pesquisadores. Para se ter uma ideia, entre as questões, há o levantamento de quantos docentes submeteram artigos científicos como o planejado e a resposta apresenta disparidades: 47,4% das mulheres com filhos obtiveram êxito neste quesito e 56,4% das pesquisadoras sem filhos cumpriram as suas metas. Já a diferença entre homens e mulheres relacionados ao tema é de 68,7% e 49,8%, respectivamente. A pesquisa também levou em consideração critérios como gênero, raça e parentalidade.
O projeto Parent in Science, que recebeu o prêmio “Mulheres inspiradoras na ciência”, na categoria Science Outreach, oferecido pela editora britânica Nature, tem duas de suas embaixadoras como participantes do próximo encontro. São elas: Adriana Neumann, professora do Departamento de Matemática Pura e Aplicada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mãe da Anna Carolina, e, também Gisele da Mata, mestranda em Educação e pesquisadora do Grupo Pedagogia da Prática do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Pensamento Complexo (NEPPCOM) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mãe dos gêmeos Eleonora e Bartolomeu.
“Ações que promovam equidade de gênero na ciência, por conseguinte a valorização de mães pesquisadoras e cientistas, contribuem tanto para permanência e progressão dessas mulheres mães em início de carreira acadêmico-científica, quanto auxiliam na regulação das métricas de avaliação em todas as áreas da ciência”, reflete Gisele.
Junto com elas também estarão presentes no evento: Gilliane Trindade, professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, mãe da Sofia e da Beatriz; Carolina de Souza, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mãe do Vinicíus, e, também Luana Moraes, diretora executiva da ImunoTera Soluções Terapêuticas, mãe da Manuela e da Alice. A mediação será realizada pela head de comunicação do State, Luana Aquino, que é mãe da Nina.
“Em relação ao impacto da maternidade na carreira, faço coro a todo o grupo de mulheres que viu suas atividades se tornarem tão difusas que não seria possível ter um momento para se concentrar e correr atrás de um projeto, um edital. Deixei de ir a todos os congressos da minha área por vários e longos anos, conseguindo participar de encontros científicos que ocorressem em Belo Horizonte (onde moro), a cidades que estivessem a apenas a um voo de distância ou que fossem viagens de curtíssima duração. Só recentemente, eu reconquistei um tempo pra fazer ginástica, pra sair com as amigas, sair com o marido, que são coisas que fazem bem, que trazem prazer e que nos lembram que nós mulheres também existimos para além da maternidade ou de uma carreira”, avalia Gilliane.
Os encontros do projeto Mulheres na Ciência são promovidos pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) e pelo State Innovation Center, hub de inovação localizado em São Paulo (SP). As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo plataforma Sympla. O Biotechtown, hub de inovação voltado exclusivamente para o desenvolvimento de empresas, produtos e negócios nas áreas de Biotecnologia e Ciências da Vida, é parceiro da iniciativa.
Saiba mais sobre as participantes:
Adriana Neumann | UFRGS
Natural de Pelotas (RS), onde fez Licenciatura em Matemática na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a pesquisadora fez seu mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o doutorado no Instituto de Matemática Pura e Aplicada IMPA. Desde 2012, Adriana é professora no Departamento de Matemática Pura e Aplicada da UFRGS. Em 2015 tornou-se mãe da Anna Carolina e desde 2016 é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, quando recebeu o prêmio “L’ORÉAL Para Mulheres na Ciência”.
Adriana começou a militar, de forma mais ativa, por mais diversidade na ciência e entre os anos de 2019 e 2021 participou da comissão de gênero das sociedades científicas Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC). Em 2020, tornou-se membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências e integrante do núcleo central do “Parent in Science”. Em 2022, ela passou a integrar o projeto “Matemática e Estatística das Gurias”.
Gisele da Mata | Mestranda em Educação pela UFMG
Gisele se define como mulher negra, feminista e pesquisadora. Ela é filha da Camila e mãe dos gêmeos Eleonora e Bartolomeu. A pesquisadora é mestranda em Educação, pesquisadora do Grupo Pedagogia da Prática no Núcleo de Estudos e Pesquisas do Pensamento Complexo (NEPPCOM) e embaixadora do projeto Parent in Science, todas as formações e projetos relacionados à UFMG. A participante também é especialista em Gestão Pública pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), criadora e idealizadora do perfil @3m.pedagoteando, projeto de divulgação de recursos educativos elaborados com materiais recicláveis para desenvolvimento infantil em contexto pedagógico.
Giliane de Souza Trindade | ICB – UFMG
Gilliane é formada em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Microbiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente é professora associada da Universidade, onde leciona Microbiologia para cursos da graduação e pós-graduação e orienta estudantes de iniciação científica, especialização, mestrado e doutorado. Como pesquisadora 1C do CNPq, ela é líder do grupo de pesquisa em ecologia de viroses emergentes. Foi representante da área de Virologia da Sociedade Brasileira de Microbiologia (2017-2019), atuou como editora do Brazilian Journal of Microbiology (2017-2021) e atualmente é membro da Sociedade Brasileira de Virologia, da Câmara Departamental em Microbiologia da UFMG e membro titular do Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia da Universidade. A pesquisadora é mãe da Sofia e da Beatriz, e também é chefe do Departamento de Microbiologia e do Laboratório de Vírus do Departamento de Microbiologia, ambos relacionados ao Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
Carolina Rodrigues de Souza | UFSCar
Carolina é mãe do Vinícius e docente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no departamento de Metodologia de Ensino. Atua na pós-graduação em Educação, nos programas PPGE e PPGEd, ambos desta universidade. Ela tem como foco de pesquisa as áreas de Educação, Educação em Ciências e a filosofia da diferença. É líder do grupo de pesquisa DES:mutação – Vida, Ciência e Educação, em que uma das linhas de pesquisa foca seus estudos na questão das infâncias e feminidades nas Ciências.
Luana Moraes | ImunoTera Soluções Terapêuticas
Luana é graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com Mestrado e Doutorado em Ciências Biológicas com ênfase em Microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e MBA em Gestão da Inovação em Saúde pelo Instituto Butantan.A cientista também é Sócia-Fundadora e Diretora Executiva da ImunoTera Soluções Terapêuticas, uma startup que desenvolve soluções para o tratamento de doenças crônicas-infecciosas, como HPV, HIV e SARS-CoV-2, apoiada do Biotechtown. Ela é mãe da Manuela e da Alice.
Moderação: Luana Aquino é comunicadora, empreendedora social, cultural e jornalista, com passagens nos setores de: TI e telecomunicações, jornalismo esportivo, webjornalismo, TV, marketing, branding e relações públicas. A comunicadora contribuiu para o livro “Telecomunicações” da jornalista Lia Ribeiro Dias, no qual é abordada a conexão nas áreas periféricas do Brasil no início dos anos 2000. Foi curadora da extinta revista AREDE – publicação de inclusão social por meio da tecnologia.
Passou pelas redações do jornal português Destak – onde assumiu a diretoria de redação, Record News e SBT. Curiosa por natureza, estudou a comunicação do sistema 1 (emoção) vs. sistema 2 (razão), e, atualmente, Luana é mãe de Nina e head de comunicação do State. Representada pela agência americana WeNew World – com foco em projetos de resgate cultural e social, está na fase de pré-produção de seu longa-metragem “Helenice de tal”, que conta o relacionamento da dona de casa Elenice, negra de 60 anos e uma criança deixada pela mãe, com a promessa de voltar, e da coleção de livros infantis: “As aventuras de Nina e amigos”.
Serviço:
Mulheres na CIência #7 – Pesquisadoras e Mães
13/05 – 15h – Evento on-line
Inscrições gratuitas: Sympla