A busca da equidade racial como forma de inclusão social no Nordeste do Brasil é o desafio da Fundação Kellogg para os próximos anos. Para alcançar esse objetivo, ela conta com a parceria da Fundep e de várias organizações que atuam nessa causa na região, que se reuniram no dia 21 de janeiro para discutir a construção do mecanismo que vai garantir sustentabilidade para o movimento. A ideia é que seja uma instituição ou órgão autônomo, capaz de captar recursos, promover ações e ser referência no tema.
Para constituição desse mecanismo (que vai fomentar projetos do movimento negro, investir na formação de lideranças e incentivo à cultura filantrópica) foram criados dois Comitês: um Programático e outro Financeiro. O primeiro contou com a participação de autoridades da área e líderes de organizações do Nordeste e teve como meta definir um perfil para a nova instituição, abrangendo desde a proposição de um modelo, seu formato, estrutura, processos, funcionamento etc. O documento foi finalizado em 2010 e discutido durante a reunião, realizada na Fundep.
O segundo comitê tem como missão zelar pelos recursos aportados pela Fundação Kellogg e pelos parceiros, garantir sua correta administração, assim como decidir os investimentos mais seguros. O superintendente de Desenvolvimento Institucional, Admir Ribeiro, e o Gerente do Centro de Serviços Compartilhados, Themístocles Mithríades Teixeira, integram o organismo.
Segundo o associado de programação da Fundação Kellogg, Rui Mesquita, o apoio da Fundep é fundamental para a empreitada. “Além de nos oferecer o espaço para o encontro, a Fundação vem nos ajudando há muitos anos e se mostrando uma aliada importante e estratégica”, disse durante a reunião.
Programação
Além da presença de lideranças negras e de representantes das instituições parceiras, o encontro contou com a participação do diretor para a América Latina da Fundação Kellogg, Alejandro Villanueva, e dos gerentes de área da Fundep Themístocles Mithríades Teixeira e Eloiza Aguiar.
O evento contou com visitas às gerências da Fundação e apresentação dos presentes, assim como de seus respectivos movimentos e organizações. Em seguida, foram colhidas impressões do documento referente ao perfil do mecanismo. A tarde contou com a formação de grupos e discussões temáticas.
Segundo o coordenador do Comitê Programático, o professor da UFMG Luiz Alberto Oliveira Gonçalves, o encontro foi uma oportunidade para consolidar a rede que se criou entre as entidades envolvidas. “Foi a primeira vez que todos se reuniram e puderam se conhecer e estabelecer um diálogo frente a frente. O perfil do mecanismo está finalizado e este foi um momento para validá-lo, colher impressões e discutir sua viabilização. Agora partimos para a implementação e esperamos dar início ao seu funcionamento em abril”, afirma.