Espaço do Conhecimento UFMG realiza atividades especiais em celebração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas. Apoio Fundep faz-se presente nas exposições.
No Brasil, residem mais de 300 povos indígenas, que falam 274 línguas distintas e somam uma população de quase 900 mil pessoas espalhadas por cidades e aldeias de todo o país, de acordo com IBGE. Em decorrência do Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, o Espaço do Conhecimento promove o Agosto Indígena, com programação especial para promover o debate acerca da diversidade cultural dos povos indígenas brasileiros.
A coordenadora do Núcleo Educativo do Espaço do Conhecimento, professora Karenina Andrade, antecipa que “para o mês de agosto, o museu dedicou toda a sua programação em homenagem a essa data. Contamos com visitas mediadas, inclusive em Libras, à exposição Mundos Indígenas, cuja curadoria é feita por representantes indígenas de cinco povos – Yanomami, Ye’kwana, Xakriabá, Tikmῦ’ῦn (Maxakali) e Pataxoop”, comentou.
O Agosto Indígena tem como foco promover reflexões e reafirmar o protagonismo dos indígenas, assim como suas trajetórias de lutas pelo reconhecimento de seus direitos fundamentais, dentre os quais a reparação histórica e cultural que já dura há séculos. A iniciativa é uma ação em consonância com a lei 11.645/08, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do tema “História e cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
Clique aqui e confira a programação do Espaço do Conhecimento UFMG, apoiado Fundep.
Exposição Mundos Indígenas
Na Exposição Mundos Indígenas, os modos de viver, saber e cuidar dos povos Yanomami, Ye’kwana, Maxakali, Pataxoop e Xakriabá são apresentados. Cada mundo indígena é mostrado a partir de um conceito proposto pelas curadoras e pelos curadores: në ropë, weichö, corpo-território, yãy hã mĩy e o grande tempo das águas. A atividade propõe a reflexão sobre aprendizados e coexistência com os mundos indígenas.
A exposição é aberta a todos os públicos e está disponível durante o mês de agosto, de terça a domingo, de 10 às 17h; e aos sábados, de 10h às 21h. Além disso, nos dias 6 e 27 de agosto, às 14h, e 14 e 28, às 15h, as visitas à exposição serão acompanhadas pelos mediadores do museu e pela intérprete de Libras Dinalva Andrade. A atividade integra o projeto Sábado com Libras.
Sessões no Planetário
Durante o mês de agosto, as sessões do planetário abordam a perspectiva dos índios tupis-guaranis sobre o céu. Elaborada pelo Núcleo de Astronomia do Espaço, a sessão traz narrativas que envolvem o Sol, a Lua, os pontos cardeais, as mudanças nas estações, o eclipse lunar e as constelações de Ema, Homem Velho, Veado e Anta. A atividade tem classificação livre e duração de 40 minutos.
Outras sessões temáticas também serão exibidas, entre elas: Dois pedacinhos de Vidro; Da Terra ao Universo; Alvorecer da Era Espacial; O Segredo do Foguete de Papelão; Arqueoastranomia Maia; e Inconfidências. Confira a programação completa no site do Museu.
Os ingressos têm preço entre R$ 5,00 (meia entrada) e R$ 10,00 (inteira) e podem ser adquiridos na recepção do museu no dia da sessão, com pagamento exclusivo via cartão de débito.
Oficinas temáticas
O Espaço do Conhecimento organizou também três oficinais temáticas e abertas para todos os públicos. De nome Os Sorielisarb: Quem são os outros, uma das oficinas promove o contato com os conhecimentos, costumes e crenças de um povo próximo e, ao mesmo tempo, desconhecido por parte dos cidadãos não-indígenas. Os Sorielisarb estão entre os povos indígenas que vivem no braço direito do Amazonas e no tronco tupi do Rio da Prata e se encontram majoritariamente do chamado círculo tupi-guarani. A oficina, que ocorre no dia 21 de agosto, tem como objetivo estabelecer uma reflexão sobre a alteridade e a diversidade dos povos indígenas no Brasil.
Por sua vez, a oficina Desvendando as constelações Guarani apresenta histórias sobre as constelações desse povo indígena. Na atividade são abordados quais nomes os Guarani dão às suas constelações, o significado dessas representações para esses povos e a relação do céu com o seu cotidiano. A atividade ocorre no próximo sábado, 13 de agosto, às 15h.
A última, a oficina Pintura Corporal Ye’kwana versa sobre a origem dos grafismos da pintura corporal. Marciane Rocha, artesã ye’kwana e estudante do curso de Antropologia da UFMG, conduzirá uma sessão de pintura corporal utilizando os “carimbos” tradicionais ye’kwana, com pintura de rosto, pernas e braços dos participantes com os padrões gráficos ye’kwana. A atividade ocorre no dia 20 de agosto também, às 15h.
Educação na Praça e a presença indígena na universidade
Em 2022, a lei 12.711 de 2012, a chamada Lei de Cotas, completa dez anos. No entanto, antes mesmo da lei, algumas universidades, incluindo a UFMG, criaram programas de vagas exclusivas para pessoas indígenas em cursos de graduação. A execução de políticas específicas fomentou o ingresso de pessoas indígenas nas universidades públicas do país. Após uma década, é necessário refletir sobre os impactos dessas ações. Para isso, é essencial ouvir os estudantes indígenas.
No dia 27 de agosto, às 10h, o Educação na Praça convida três estudantes indígenas de diferentes cursos de graduação e períodos para o debate A presença indígena na universidade: desafios para a construção de um diálogo de saberes sobre as trajetórias, experiências e desafios dessas pessoas. A atividade tem como público professores do ensino básico e estudantes dos cursos de licenciatura.
Atividades on-line
Além das atividades presenciais, o Espaço do Conhecimento prepara também uma programação on-line para o mês. No dia 30 de agosto, às 19h, o museu realiza uma edição especial do Papo em Pauta, com tema UFMG Território Indígena: A territorialização que acontece no encontro – Encontro entre saberes e conhecimento científico. O evento será transmitido pelo canal do YouTube do Museu.
As convidadas do encontro são Simone Xakriabá, graduanda em Enfermagem da UFMG e enfermeira da UBSI do Polo Barro Preto; Taís Cruz dos Santos, tupiniquim da aldeia Pau Brasil (ES), estudante do curso de Medicina da UFMG; e, como mediadora, a professora Livia de Souza Pancrário, da Escola de Enfermagem e tutora do Programa de Educação Tutorial – PET – Indígena Conexão de Saberes.
Por fim, nos dias 11 e 25 de agosto, às 17h, respectivamente, ocorrem, de forma on-line, as oficinas sobre astronomia “Quantos céus tem no céu?” e “O catálogo Messier”, que fazem parte do projeto Descobrindo o Céu. Ambas serão veiculadas no canal do YouTube do Museu.
AGOSTO INDÍGENA NO ESPAÇO DO CONHECIMENTO
Atividades presenciais e on-line durante o mês de agosto.
Local: Espaço do Conhecimento UFMG, Praça da Liberdade, 700, Funcionários.
Programação, em sua maioria, gratuita.