Novo prédio do Departamento de Química da UFMG, construído pela Fundação, abriga o mais moderno sistema de exaustão do estado de Minas Gerais e um sistema de reuso de águas pluviais.
Concebido segundo padrões internacionais de segurança e dotado de um sistema de exaustão sem equiparação em Minas Gerais, o novo prédio do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas da UFMG é também um exemplo de sustentabilidade, que não é pouco para uma unidade acadêmica que produz resíduos que podem ser danosos à saúde humana e ao meio ambiente.
“A soma do sistema de exaustão potente com um reservatório de água para chuva faz com que a edificação seja verde e sustentável, projetada para o futuro”, afirma Ruben Dario Sinisterra, chefe do departamento de Química da UFMG.
O novo prédio – inaugurado no último mês em solenidade que teve a presença da reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, do governador Romeu Zema e do ministro da Educação, Milton Ribeiro – é também exemplo de uma das expertises Fundep: a gestão e construção de edificações laboratoriais.
A experiência da Fundep nesta área já supera 20 anos, quando começaram as obras do chamado Campus 2000, projeto que resultou na consolidação do sonho de uma cidade universitária no campus Pampulha da UFMG. Por meio deste projeto, as faculdades de Farmácia (Fafar) e de Ciências Econômicas (Face), além das escolas de Engenharia (EENG) e de Odontologia foram transferidas do centro da capital mineira para a Pampulha, em instalações que se destacaram pela qualidade dos laboratórios.
“O desenvolvimento de altas habilidades para a construção e reforma de laboratórios teve continuidade com outras atuações da Fundep na gestão e construção direta de laboratórios, sendo o chamado Anexo III do Departamento de Química um corolário dessa expertise, considerando as peculiares e sensíveis especificidades técnicas”, explica o engenheiro de planejamento de obras da Fundep, Rogério Silva Marcondes.
Ambiente protegido
A nova edificação reúne o maior conjunto de capelas laboratoriais edificadas em uma universidade brasileira. São 117 unidades desses equipamentos de proteção coletiva (EPC) essenciais para a manipulação de produtos químicos, tóxicos, vapores agressivos, partículas ou líquidos em quantidades e concentrações perigosas, prejudiciais para a saúde. As capelas apoiam o pesquisador que faz todos os experimentos com as mãos protegidas por luvas dentro da estrutura, observando o processo por meio de um anteparo de vidro, de modo a não se expor às substâncias. As capelas estão abrigadas em 39 laboratórios, o maior conjunto construídos de uma única vez pela Fundep.
“Pela primeira vez, o Departamento de Química da UFMG, que é o maior departamento de química de uma universidade do País, tem uma estrutura completamente apropriada para pesquisa. Somos 105 docentes, com 4 patentes por pesquisador, uma capacidade humana ímpar para a pesquisa, e agora nossa estrutura física vai acompanhar nossa expertise e, certamente, resultar em uma produção científica ainda maior e mais qualificada”, avaliou Ruben Dario.
Todos os laboratórios têm ainda duas saídas de emergência cada, alarmes de incêndio, chuveiros e lava-olhos, além de equipamentos de segurança para a higienização emergencial de pessoas contaminadas por substâncias químicas.
A construção também é dotada de um sistema de exaustão acoplado a todas as capelas. Desta maneira, os gases tóxicos resultantes das manipulações são filtrados e o ar é purificado antes de ser lançado ao meio ambiente.
Além da garantia de não agressão ao meio ambiente, a construção também tem outro aspecto sustentável: a reutilização de água de chuva no sistema de descargas dos banheiros. Podem ser armazenados 10 mil litros, gerando uma economia de 30% da água utilizada no prédio.
Trabalho conjunto
Com gestão e execução direta da Fundep, a obra é uma parceria com o Departamento de Obras da Pró-reitoria de Administração (PRA) da UFMG, e ainda suporte dos departamentos de Planejamento e Projetos (DPP), de Planejamento, Orçamento e Controle (DPOC) e de Apoio Administrativo (DAA), todos vinculados à PRA.
Durante toda a execução, foram feitas reuniões regulares com o Departamento de Obras, autor dos projetos arquitetônicos e complementares bem como responsável pelo acompanhamento do projeto e fiscalização do contrato. “Essa proximidade garante o acerto do projeto e as eventuais correções necessárias, conferindo mais segurança ao demandante” , avalia Rogério Marcondes.
Foi o que também resultou em uma entrega segura, em pleno período de pandemia, tão logo as obras puderam ser retomadas após um longo interstício devido às restrições orçamentárias impostas às universidades e, sem seguida, pela própria calamidade pública imposta pela covid-19. “Conseguimos retomar a obra no início do ano. E em três meses, cumprindo todos os protocolos de segurança não houve nenhuma confirmação da doença entre os operários no canteiro de obra”, acrescenta Marcondes.
Cerca de R$ 24 milhões foram investidos na construção, especialmente projetada para abrigar pesquisas de ponta como as desenvolvidas pelo Departamento de Química. Os recursos são provenientes do orçamento da UFMG (31,2%), do Ministério da Educação (31,2%), da Financiadora de Estudos e Projetos (26,3%) e de emenda parlamentar da bancada mineira na Câmara Federal (11,3%). O prédio, que tem 5.940 metros quadrados de área construída distribuídos em cinco pavimentos, abriga 39 laboratórios de pesquisa, 62 salas de instrumentos, salas de reunião e áreas de apoio.
De acordo com Ruben Dario, as novas instalações também podem alavancar a capacidade de inovação e transferência de tecnologia de Departamento de Química, contribuindo projetar ainda mais o nome da UFMG no cenário internacional da produção tecnológica. “Nosso departamento se destaca no País por ser um espaço igualmente de pesquisa básica e de produção tecnológica. Se quando nossas instalações eram modestas tivemos condições de permitir o nascimento de estruturas como o CTNano, já em operação, e o CT de Materiais Inteligentes, em fase de implantação, além de várias spin offs, além de parcerias como a do LEC (Laboratório de Ensaios de Combustíveis) com a Boeing, certamente esse caminho será consolidado com essas instalações de ponta”, avalia.
Montes Claros
A Fundep também tem expertise de construção própria fora de Belo Horizonte. Em Montes Claros, no Norte de Minas, a expertise da Fundep em construção de laboratórios está ajudando o Instituto de Ciências Agrárias (ICA) a edificar dois laboratórios do novo prédio do Centro de Pesquisas em Ciências Agrárias (CPCA II). São dois laboratórios, o de Metabolismo Animal e o de Animais Silvestres, que permitirão ao ICA consolidar o mestrado em Produção Animal.
Saiba mais:
– A TV UFMG cobriu a cerimônia inauguração do Anexo III do Departamento de Química e conversou com o professor Ruben Dario sobre os diferenciais do prédio. Clique aqui e confira.
– No Portal UFMG você confere mais informações sobre o levantamento de recursos para as obras do Anexo III.
– Confira aqui mais informações sobre as expansões no ICA/UFMG.