Celebrando também os 93 anos da UFMG , Fundep realiza evento virtual e destaca legados, as transformações do presente e o futuro que quer emergir. Akwan, Google, Campus 2000, Apoio ao SUS por meio da frente de saúde foram alguns dos cases de impacto social trazidos no encontro
Honrar o legado de 45 anos de atuação, para impulsionar as transformações do presente e permanecer em movimento, construindo agora o futuro que está emergindo em prol da pesquisa, ensino e inovação. E valorizar os 93 anos de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição credenciada da Fundep, que ao longo dessas mais de nove décadas construiu sua sólida base científica e humanística, tornando-se uma das principais instituições públicas do país e reconhecida internacionalmente pelo seu compromisso com a sociedade na formação de profissionais, produção de conhecimento, inovação e tecnologia e desenvolvimento de ações com as comunidades. Com esse espírito, a Fundep promoveu um momento de integração com todos seus colaboradores e convidados, em encontro chamado de Fundep X, realizado, nesta edição, de maneira totalmente online. O encontro contou, também, com a presença da reitora da UFMG, a professora Sandra Regina Goulart Almeida; a diretora fundadora da Fundep, a professora Gilca Alves Wainstein; e participações do engenheiro e assessor da Pró-Reitoria de Administração da UFMG, Luiz Felipe Calvo; do professor do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, Nívio Ziviani; e do Diretor do Nupad da Faculdade de Medicina da UFMG, professor José Nélio Januário.
Reinvenção e relevância
“Não há dúvidas de que, hoje, a Fundep é a Fundação de Apoio de Institutos de Ciência e Tecnologia mais importante no país, consolidada e inovadora”, afirmou a reitora Sandra. Para ela, os grandes desafios que a pandemia da covid-19 trouxe para o mundo acabaram evidenciando o trabalho realizado nas universidades federais, que responderam prontamente ao chamado. “Esta realidade de crise nos trouxe oportunidades únicas para mostrar a importância e a potência da UFMG. Somos um só: UFMG é Fundep e vice-versa”.
A reitora ressaltou o trabalho conjunto com a Fundep no combate à pandemia, que vem atuando como parceira na pesquisa e desenvolvimento de novos testes e o desenvolvimento de vacinas além da brasileira contra o novo coronavírus e apoio nas estratégias. A professora Sandra frisou o lançamento do programa Coolabs – Cooperativa de Laboratórios da UFMG, que organiza sua estrutura de conhecimento técnico-científico para o atendimento às demandas do setor produtivo e da sociedade; e fato de a UFMG já ter realizado mais de 30 mil testes desde março desse ano por meio dos laboratórios da Universidade. “Nesta pandemia, mostramos não apenas nossa competência no ensino, pesquisa, extensão e prestação de serviços, mas também que essas atividades são imprescindíveis para a sociedade. E em todas elas a Fundep está junto, como sempre esteve”, concluiu a reitora.
Ousadia e esperança
O evento recebeu, também, a professora Gilca Alves Wainstein, fundadora e primeira diretora da Fundep de 1975 a 1979. “Sabe aquele sentimento de reencontrar um filho? É isto que estou sentindo estando aqui”, contou Glica, emocionando os presentes. A professora, então, narrou a história de criação da Fundação, que surgiu da necessidade de agilizar a captação de recursos financeiros junto a agências de fomento nacionais e estrangeiras, em meio a um período turbulento da história das universidades brasileiras, em pleno regime militar. “Naquela época, a Fundep não era possibilidade, mas sim uma essencialidade. Sem a Fundação, não teria como administrar os recursos como eles chegavam”.
Era imperativo, então uma instituição fora da UFMG e com maior flexibilidade de atuação, que assegurasse todas as necessidades das pós-graduações e seus projetos de pesquisa. “Pesquisa não é apenas uma ideia, mas uma ideia desenvolvida”, frisou Gilca. Após consolidar seus trabalhos na UFMG, a Fundep começou a expandir seu escopo de atuação, colaborando nas áreas de ensino, pesquisa e inovação com empresas como Vale, Usiminas e Petrobrás. Além da UFMG, a Fundep colaborou com diversas instituições ao longo de sua trajetória, inspirando a criação de outras Fundações de Apoio à Pesquisa em todo o país.
Desde o início, segundo Gilca, a Fundep se destacou por sua visão empreendedora e o propósito de desenvolver a sociedade pelo ensino, pesquisa e inovação, caráter que se manteve ao longo de sua história e se fortalece a cada ano. Ao discutir o presente e futuro das Fundações de Apoio à Pesquisa, a professora defendeu o papel de esperança que elas concentram no atual momento, e a necessidade de ousar, cada vez mais, em tempos de crise. “É necessário a ousadia de buscar recursos, sem timidez, e continuar a administrá-los bem, como a Fundep faz”, concluiu.
Marcos da história
São 45 anos desenvolvendo a pesquisa, conectando as soluções e oportunidades para atender a UFMG e as instituições apoiadas em seus propósitos de geração e difusão da ciência, tecnologia e inovação. Ao longo deste tempo, são incontáveis os relevantes projetos apoiados pela Fundep. Para representar essas iniciativas, foram lembrados cases para destacar a atuação e o legado da Fundação, com a participação por vídeo.
Luiz Felipe Calvo, engenheiro e assessor da Pró-Reitoria de Administração UFMG, falou do Campus 2000 e 2010, que consistiu na transferência de unidades acadêmicas da UFMG na região central de BH para o campus Pampulha, além da reforma e modernização de outros prédios para o Programa Reuni, viabilizando a integração dos saberes e a construção da cidade universitária. “A integração dessas unidades, viabilizada com o apoio da Fundep, fortaleceu o espírito universitário, que visa a troca de conhecimento e a interdisciplinaridade, possibilitando um novo campus Pampulha”, explicou.
Na transformação do conhecimento gerado na universidade em negócio inovador, conhecemos mais a história da Akwan, empresa desenvolvida no Departamento de Ciência da Computação da UFMG que atraiu o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Google na América Latina para Minas Gerais, pelo prof. Nívio Ziviani. “A universidade, além de formadora de recursos humanos de alta qualidade, tem a obrigação moral de mobilizar o conhecimento gerado para produzir riquezas e inovações, e nesse sentido a Fundep é extremamente importante para a UFMG”, pontuou Nívio. A importância da atuação da Fundçação nestas conexões foi ressaltada pelos parceiros Antonio Faraci e Bruno Teatini. “Essa possibilidade de trânsito com a academia que a Fundep fornece foi e continua sendo altamente relevante, trabalhando com várias mãos nesse processo de crescimento”, afirmou Antonio.
Na área da saúde, os marcos foram ressaltados pelo Hospital Risoleta Tolentino Neves, Hospital das Clínicas da UFMG e o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad), que é referência internacional do teste do pezinho. Segundo o diretor do Nupad, prof. José Nélio Januário, quase 8 mil crianças são acompanhadas a partir de ações do Programa de Triagem Neonatal. “Contamos com o apoio da Fundep há 25 anos, uma parceria essencial para que possamos cumprir nosso objetivo de salvar e preservar vidas”.
Transformações e tendências
Outro destaque do evento foi a apresentação das mudanças que a Fundep está realizando em seu modelo de gestão, catalisadas pela jornada estratégica e criativa que vem sendo construída e sua cultura da transformação contínua. Segundo o diretor da Fundação, professor Martín Gómez Ravetti, o plano está alinhado ao propósito e valores da instituição, e tem como diretriz a geração de valor aos parceiros, contribuindo com o seu sucesso. “Buscamos uma organização fluida, com um sistema que consiga se adaptar às complexidades do mundo”, explicou Martín.
Entre outros tópicos da programação, o Fundep X também compartilhou as ações inovadoras que a instituição tem se dedicado, e seus estudos no ecossistema, as tendências que estão no radar, e perspectivas das evoluções na forma de fazer pesquisa, ensino e inovação que estão se exponencializando.
Nesta visão de futuro da Fundação, o presidente da Fundep, professor Alfredo Gontijo de Oliveira, trouxe luz ao foco no “futuro que quer emergir”. Usando como exemplo a sustentabilidade como um dos pilares estruturadores da sociedade do futuro, o professor e físico, relacionou o consumo de energia ao longo da história humana com preços dos bens de consumo; a curva não é perfeita, e está ali seu segredo. “Os ruídos, as perturbações, são os fatores propulsores da evolução; o investimento, que é representado pelas descidas, tem que ser utilizado para fomentar um crescimento exponencial”, apontou.
A Fundep não para
Não é segredo que, neste ano, de repente, todos precisaram se transformar e hoje vivemos um novo normal. A Fundep não para, a pesquisa não para. Com quase 100% do quadro de colaboradores da Fundação no encontro – participação de mais de 250 pessoas –, o Fundep X teve um momento especial de valorizar seu time. Grande parte dele, atuando de modo 100% remoto. Outra parte, desempenhando o trabalho presencial essencial em especial logístico, recebendo e distribuindo insumos que fazem a pesquisa girar. Todos juntos, lutando e acreditando na ciência, que é, atualmente, uma das principais pautas de esperança do mundo. Todos juntos, viabilizando o desenvolvimento da pesquisa, do ensino e da inovação, contribuindo para o propósito da Fundep de fomentar a evolução da sociedade.