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In memorian: Octávio Elísio, segundo gestor Fundep, morre aos 82 anos

Postado em Notícias da Fundep
Professor Octávio Elísio Alves de Brito, na solenidade de posse como Secretário Executivo da Fundep, em substituição à doutora Gilca Alves Wainstein (à direita). Ao centro, o professor José Henrique Santos, vice-reitor no reitorado do professor Celso de Vasconcellos Pinheiro.
Professor Octávio Elísio Alves de Brito, na solenidade de posse como Secretário Executivo da Fundep, em substituição à doutora Gilca Alves Wainstein (à direita). Ao centro, o professor José Henrique Santos, vice-reitor no reitorado do professor Celso de Vasconcellos Pinheiro.

Professor da UFMG e secretário-executivo da Fundação entre 1979 e 1982, engenheiro de minas dedicou vida pública a defender pautas da educação, cultura, ciência e tecnologia.

 

Segundo secretário-executivo da Fundep – cargo atualmente equivalente à Presidência -, Octávio Elísio Alves de Brito, de 82 anos, faleceu esta semana, em Belo Horizonte. Professor de economia e legislação mineral da UFMG, onde ingressou em 1977, e gestor da Fundep entre 1979 e 1982, Octávio Elísio era engenheiro de minas e metalurgia formado pela Escola de Minas (atual Universidade Federal de Ouro Preto – Ufop), especialista em engenharia econômica pela então Universidade Católica de Minas Gerais (atual PUC Minas), tendo ainda cursado economia mineral na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos (1975), e, dois anos depois, na Escola de Minas, em Paris.

Octávio Elísio assumiu a Fundep ao mesmo tempo em que se tornou consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e logo após ser secretário-adjunto de Ciência e Tecnologia do Estado de Minas Gerais, na gestão do governador Aureliano Chaves (1975-1979). Quando deixou a Fundep, assumiu o cargo de secretário de Educação de Minas Gerais e, em seguida, tornou-se deputado constituinte, tendo sido membro titular da Subcomissão da Educação, Cultura e Esportes, da Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação.

“Uma vida dedicada a pautas da educação, ciência, tecnologia e cultura, temas caros à Fundep, o que faz com que a Fundação seja sempre reconhecedora e grata pela sua atuação pública”, afirmou o presidente da Fundação de Apoio da UFMG, Jaime Arturo Ramírez.

 

Gestão Fundep

Octávio Elísio assumiu a gestão da Fundep diante em um cenário econômico bastante desfavorável. No Brasil, a crise desencadeada pela elevação dos preços do petróleo no mercado internacional (1974) e consequente elevação dos custos das importações têm efeito imediato na retomada de um processo inflacionário acelerado. A partir de 1979, a diminuição dos recursos destinados à pesquisa é visível e pouco depois de assumir a gestão, em relatório encaminhado ao Conselho Curador, o novo secretário executivo da Fundep traça um quadro preocupante para a Fundação.

Como destaca a publicação Fundep 30 anos, “refletindo sobre a situação financeira da Instituição, como questão prioritária, registram-se nesse documento as dificuldades em obter novos financiamentos de pesquisas, particularmente da Finep, e, consequentemente, a necessidade de ampliar fontes de recursos”. Segundo a publicação, em sua gestão, Octávio Elísio também buscou “aumentar a racionalidade administrativa e o entrosamento entre os diversos setores, para maior agilidade administrativa, considerando-se o número crescente de projetos”.

Ao final de sua gestão, a Fundep tinha 40 funcionários em tempo integral e Octávio Elísio manifestou-se desta maneira sobre a Fundep: “a articulação constante com a Reitoria e os Conselhos de Pesquisa e Extensão tem permitido à Fundep cumprir seus objetivos em perfeita consonância com as políticas da Universidade. A Fundep se coloca como instrumento da UFMG na sua articulação com o ambiente externo”. E acrescenta: “A necessidade de recursos extra orçamentários para apoiar a pesquisa universitária é um fato”.

 

Vida pública

A vida no serviço público de Octávio Elísio inclui ainda o cargo e secretário de Educação de Minas Gerais de 1983 a 1986, nas gestões dos governadores Tancredo Neves (1983 -1984) e Hélio Garcia (1984 -1987) e de deputado constituinte na legenda do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

Tornou-se notório como um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do qual foi membro histórico do diretório mineiro. Em nota assinada pelo deputado federal Paulo Abi-Ackel, atual presidente da agremiação, o PSDB MG destacou que além de ter tido uma carreira política extensa e brilhante, Octávio Elísio sempre foi um homem honrado, que lutava pelos seus ideais e pelas mudanças que queria ver em nosso Estado e no país, principalmente em relação às pautas sociais, econômicas, de ciência e de tecnologia”.

Octávio Elísio estava internado em um hospital da capital desde o dia 14 de março, após ter sido vítima de atropelamento na avenida Afonso Pena, em frente ao Palácio das Artes, onde havia ido participar do lançamento da exposição O Modernismo em Minas Gerais. Foi casado com a professora da Faculdade de Educação da UFMG, Vera Lúcia Ferreira Alves de Brito, falecida em 2018, com quem teve três filhos.

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