Fundep presente nos principais ecossistemas de inovação do mundo. Fundação foi convidada a integrar a delegação na missão organizada pela Embrapii e Harpia. Confira o tour por Nova York
Entre 9 e 13 de setembro de 2019, a gerente de Negócios e Parcerias da Fundep, Janayna Bhering, representou a Fundação na missão para o ecossistema de inovação americano. A iniciativa foi liderada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e Harpia Capital, e contou com uma delegação composta por representantes dos Centros de Pesquisa Brasileiros, como Fundep, empresas e unidades Embrapii e Consulado Brasileiro.
A delegação visitou Nova York, que vem criando um ambiente favorável à criação de empresas de tecnologia e internet, e Boston, uma das principais cidades americanas para aplicação de novas ideias no campo da ciência, tecnologia e inovação “O principal objetivo da missão foi conhecer mais sobre o Ecossistema Americano de Inovação, focando em áreas como Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Manufatura Avançada, Novos Materiais e Dispositivos Médicos, e entender como se dá a interação entre os diversos atores do ecossistema”, conta Janayna.
O grupo conheceu centros de pesquisa, institutos de tecnologia, laboratórios, hubs, aceleradoras, empresas, órgãos governamentais, entre outras, e se conectou com importantes players do ecossistema de inovação, pesquisa e ensino americano.
Confira o tour por Nova York (EUA) e conheça as iniciativas e resultados do ecossistema americano:
– Consulado Brasileiro
Entre as atribuições relacionadas ao atendimento ao cidadão brasileiro, o Consulado criou, recentemente, uma secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação responsável pela conexão entre Brasil e EUA com vistas a aumentar a interação entre estes dois países. A principal missão é mapear o ecossistema de inovação de Nova York e definir ações estratégicas que promovam o desenvolvimento do ecossistema brasileiro. Esta ação está ancorada nos seguintes pilares:
- Criação de mecanismos de financiamento e parcerias institucionais que promovam o aumento do fluxo de recursos para o fomento de atividades de inovação do e para o Brasil;
- Estímulo ao empreendedorismo e criação de um ambiente propício para a internacionalização das empresas brasileiras que estejam em fase de expansão e busca de novos mercados. Este apoio inclui assessoria para a formalização do negócio nos EUA, apoio na obtenção de visto, apoio na busca de infraestrutura para a família do empreendedor etc.;
- Aumento das exportações brasileiras para a região de Nova York. Com apoio do setor de promoção comercial é estimulada a participação de empresas brasileiras em feiras (pavilhão do Brasil) para a conexão com novos mercados. Além do atendimento aos empresários interessados em investir ou buscar investimentos no EUA (PPI- Programa de Parcerias e Investimentos);
- Fomento ao turismo no Brasil;
- Apoio específico a pequenos negócios e startups.
Em Nova York estão presentes cerca de 9000 startups, sendo considerado o maior hub de startups do mundo. Segundo as autoridades consulares este resultado se dá principalmente devido à presença de universidades de ponta e da existência de um ambiente propício para a geração e desenvolvimento de negócios.
– Cornell Tech
Campus de tecnologia, negócios, direito e design localizado na Ilha Roosevelt, em Manhattan, a Cornell Tech é ancorado pelo Jacobs Technion-Cornell Institute, um empreendimento acadêmico conjunto entre a Cornell University e o Technion – Israel Institute of Technology. A Cornell Tech surgiu de uma iniciativa de desenvolvimento econômico da prefeitura de Michael Bloomberg, em 2008, que recrutou Steven Strauss, economista americano e ex-consultor de gestão da McKinsey & Company, para supervisionar uma série de projetos de pesquisa que olham o futuro da economia de Nova York no contexto global e tendências econômicas. A análise concluiu que Nova York tinha oportunidades significativas no setor de alta tecnologia e recomendou uma série de iniciativas para capitalizar melhor esses desenvolvimentos. Entre as recomendações, a criação de uma série de incubadoras e um fundo de investimento em estágio inicial, o NYC Big Apps. O sucesso dessa recomendação dependeria da qualidade e quantidade de talentos em tecnologia na cidade de Nova York. A iniciativa procurou atrair outra escola de engenharia para a cidade, na esperança de que ela produzisse engenheiros empreendedores que, por sua vez, começassem a criar empresas. Sete propostas foram submetidas à competição, com a administração finalmente selecionando a oferta da Cornell/Technion. Conforme proposto, a Cornell Tech criaria 28 mil empregos, incluindo 8 mil para a equipe acadêmica. Também seria capaz de criar 600 empresas, levando a US $ 23 bilhões em benefícios econômicos e US $ 1,4 bilhão em impostos adicionais, durante suas três primeiras décadas de operação. A Cornell Tech iniciou suas operações em 2012 em um local temporário, os escritórios do Google em Nova York, enquanto um campus permanente estava em construção. A primeira fase de 2ha do campus de Roosevelt Island foi inaugurada em 13/09/17. Até 2037, espera-se que o campus completo abranja 4,9 ha. Quando o campus foi inaugurado em Roosevelt Island, em 2017, cerca de dois terços dos estudantes estavam nos programas de mestrado de Cornell e um terço no Jacobs Technion-Cornell Institute. Em dezembro de 2018 , os alunos e graduados da Cornell Tech criaram mais de 50 startups e mais de quinhentos graduados foram contratados por empresas de tecnologia. Os programas de mestrado de Cornell foram oferecidos em ciência da computação, engenharia elétrica e de computação, pesquisa operacional e engenharia da informação, um MBA e um mestrado em leis em direito, tecnologia e empreendedorismo.
O Tata Innovation Center é um edifício corporativo com uma estrutura de sete andares destina-se principalmente a uma incubadora de negócios para estudantes, professores e funcionários, com 70% do edifício sendo comercializado comercialmente e 30% dedicado ao espaço acadêmico. O telhado de 2.200 m2 do edifício está equipado com painéis solares, mas também serve como espaço para eventos. O Jacobs Institute possui uma política de propriedade intelectual própria, não sujeita à de Cornell ou Technion, segundo a qual o instituto concede licenças para empresas iniciadas por pós-docs usando um contrato simples e apenas uma nota promissória do investimento avaliado pelo suporte oferecido aos pós-docs com salários e por estar na Cornell Tech.
– Inovabra
O Inovabra Internacional criou uma operação em Nova York para estabelecer alianças estratégicas com parceiros globais, prospectar inovações com startups, experimentar novos modelos de negócio e imergir funcionários no ecossistema de inovação internacional. O foco principal de atuação do Inovabra DPI é baseado em três pilares principais: busca de startups; desenvolvimento de soluções; levar informações/inovações para o Brasil.
Vários projetos/programas podem ser citados como exemplo de sucesso desta atuação: Portal MEI; Programa Next; Plataforma BIA; Inovabra inteligência artificial; Inovabra Venture; Hub Inovabra, uma plataforma digital colaborativa que conecta grandes empresas em busca de inovação a startups de alto impacto; Lab, Laboratório colaborativo criado para acelerar o desenvolvimento de inovações do Banco juntamente com parceiros de tecnologia (por exemplo: desafios tecnológicos mapeados junto aos principais fornecedores do Bradesco como Dell, Microsoft, Google, Intel e outros); Polos, inovação com recursos internos a partir do conhecimento profundo dos negócios e de seus clientes; DS (Departamento de desenvolvimento de sistemas). Esta atuação internacional conta com uma parceria estratégica com Motive Lab, um consórcio de empresas (AIB, Emirates, RBS, Standard Bank, Standard Chartered e Bradesco), que gerencia os players que desenvolvem soluções para atender às demandas mapeadas pelo grupo. Possuem atuação similar a um “venture builder”. Os principais valores entregues pelo Motive são: Real state; Infraestrutura multiusuária; Startups; Conexões.
Em linhas gerais o objetivo do Inovabra DPI é prover infraestrutura e espaço multiusuário, mudança de modelo mental e atuar com desafios tecnológicos.
– Future Labs
Iniciado como uma parceria entre a Escola de Engenharia Tandon da Universidade de Nova York (NYU Tandon), a cidade de Nova York, a NYSERDA e a Corporação de Desenvolvimento Econômico de Nova York, o Future Labs se formou em resposta à crise financeira do início do século XXI. Com o objetivo de diversificar e aumentar os mecanismos econômicos da cidade, os laboratórios incentivaram – e continuam a alimentar – a comunidade empresarial da cidade de Nova York, aproveitando os recursos da NYU e fornecendo suporte sob medida para startups graduadas e presentes em sua rede. Programas e eventos educacionais também informam e criam conexões dentro da comunidade empresarial da cidade. Desde sua criação em 2009, foram gerados cerca de 3200 empregos, 95 startups graduadas e um impacto de USD 4,1 bilhões. Dentre os benefícios oferecidos pelo Future Lab estão: investimento early stage; acesso a investidores (seed a serie A) e mentores; modelo baseado em Market pull.
– IP Soft (AI Lab)
A IPsoft é uma empresa de tecnologia disruptiva, pioneira na inovação, no desenvolvimento e fornecimento de tecnologias autonômicas e cognitivas. Desde o início, os fundadores reconheceram que a automação por meio do trabalho digital moldará o futuro das operações de TI e de negócios. A missão da empresa é alimentar o mundo com sistemas inteligentes, eliminar o trabalho rotineiro e liberar talentos humanos para focar na criação de valor por meio da inovação. Uma importante empresa de telecomunicações contratou a Amelia para servir como a primeira linha de comunicação de TI para seus 20.000 funcionários. Ela lida com 82% das solicitações do IT Service Desk e realizou mais de 80.000 conversas. Ela resolve aproximadamente 70% das consultas em seu escopo de forma independente o que trouxe ao cliente o retorno do investimento em 24 meses.
– Showfields
Um conceito revolucionário de varejo criado para envolver e inspirar seu senso de descoberta por meio de experiências rotativas com as marcas e comunidades como Louis Vuitton e Prada, que criaram um palco para contar histórias imersivas e desbloquear novos canais offline para crescimento. A ideia é gerar experiências relacionadas às marcas e com isso gerar fidelização de clientes. Cada marca possui um stand onde explora ao máximo as características sensoriais do cliente. Os contratos são firmados por 6 meses e o locatário pode decidir permanecer ou deixar o espaço.
– Rlab
Primeiro centro de pesquisa, educação e empreendedorismo financiado pelo país em realidade virtual e aumentada e tecnologias relacionadas, o Rlab surgiu da parceria entre a cidade de Nova York e suas universidades. Com cerca de 1500m2 de espaço de trabalho conjunto, salas de aula, estúdios, o RLab sedia uma variedade de programas e eventos – de aulas e treinamentos a aceleradores de startups, tours de inovação corporativa, entre outros. O NYCEDC e o Escritório de Mídia e Entretenimento selecionaram a NYU Tandon School of Engineering como a instituição administradora e um consórcio de universidades participantes, incluindo Columbia University, CUNY e The New School para gerenciar e operar o espaço RLab, juntamente com um centro de desenvolvimento da força de trabalho na CUNY Lehman College. O novo centro multi-universitário é fundamental para os planos da cidade de estabelecer a cidade de Nova York como o próximo líder global em tecnologias imersivas e criará centenas de novos empregos no campo.
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