*Fonte: BBC
“Hoje vamos ver como funciona um neurotransmissor chamado GABA”, anuncia em um dos vídeos mais populares de seu canal no YouTube. “Não, não me refiro a Yo Gabba Gabba (série de televisão infantil norte-americana), mas sim ao ácido gamma-aminobutírico”, complementa, exibindo um sorriso.
Com uma explicação teórica digna de um professor universitário, mas com as palavras que usaria uma menina, Amoy também mostra seu laboratório. “Estes são meus tubos de ensaio”, diz, apontando para pequenos cilindros. “E estes são meus béquers (recipientes de vidro usados em laboratório)”, acrescenta, mostrando os instrumentos para a câmera. “Aqui estão minhas provetas. E estes são alguns dos meus microscópios”, detalha ainda, enquanto seu pai registra tudo no vídeo.
Uma paixão de anos
“Eu gosto de ciência porque sempre há algo a aprender. Sempre está mudando”, conta a pequena à BBC.
Amoy vive em Atlanta, Geórgia, no sudeste dos Estados Unidos, e sua paixão pela ciência começou, aos três anos, quando descobriu o microscópio com o qual seu pai estudava biologia.
Em 2015, ele começou a publicar os vídeos da filha no Facebook. Alguns deles viralizaram, superando 2 milhões de visualizações e 5 mil comentários. “Uau! essa pequena professora está me ensinando muito sobre neurotransmissores”, comenta um de seus seguidores na rede social. “Excelente, senhorita! Siga em frente com esse bom trabalho!”, diz outra seguidora.
“Eu deveria ter ouvido isso antes do meu exame final de neuroteorias”, observa um terceiro internauta.
“Adorável”, “brilhante”, “um gênio”, dizem outros.
Futuro brilhante
A menina não só fala sobre neurotransmissores. Também explica em seus vídeos como funcionam o cérebro, o coração, os nervos e que é arco reflexo – a resposta imediata que temos à excitação de um nervo.
“Gostaria de um dia virar neurocirurgiã, para ajudar a pessoas com transtornos neurológicos, e também de ter meu próprio programa para que as crianças aprendam sobre ciência”, diz, em frente à câmera. É incontestável que o talento da menina desperta surpresa e fascinação por parte de muitos. Apesar disso, alguns comentários na rede social sugerem que seu pai, Davin Antonio Shepherd, talvez tenha feito pressão demais para transformá-la em uma estrela da internet. Ele se defende das críticas. “Não se pode pressionar alguém a aprender algo que não quer aprender”, disse ele à BBC.”Ela é muito apaixonada por ciência. Se quisesse ser cozinheira, eu cozinharia com ela. Mas quer fazer experimentos científicos. E sempre foi muito fácil para mim ajudar a alimentar sua paixão.”