Com duas décadas na gestão de obras laboratoriais e infraestrutura, Fundep apoia projetos que contribuem para a integração de diferentes áreas do conhecimento, um dos pilares da excelência da UFMG
No norte do estado mineiro a Fundep se prepara para entregar mais um produto daquilo que se tornou uma das suas expertises nos últimos 20 anos: a gestão de obras laboratoriais. O Instituto de Ciências Agrárias (ICA), localizado no campus Regional da UFMG em Montes Claros, vai receber a segunda unidade do Centro de Pesquisas em Ciências Agrárias (CPCA), que teve a primeira unidade inaugurada em 2013.
Neste complexo acontecem, de forma integrada, pesquisas e desenvolvimento tecnológico em busca de soluções para problemas do semiárido brasileiro. Além da formação de recursos humanos em nível de pós-graduação e de estudantes de graduação em atividades de pesquisa e inovação.
Segundo o pró-reitor de Pesquisa da UFMG, professor Mario Fernando Montenegro Campos, obras como o CPCA II fortalecem a missão da Universidade: “Nesta gestão, além do CPCA II, entregamos para a comunidade acadêmica o Anexo III da Química, o Lam [Laboratório de Análise do Movimento] e o Ladire [Laboratório de Estudos da Dor, Inflamação, Reabilitação e Envelhecimento], da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. E conseguimos fazer realizar esses e outros empreendimentos – a exemplo do que aconteceu no passado recente com o Centro de Microscopia e o próprio projeto Campus 2000 -, de extrema importância para a pesquisa, porque existe a Fundep para fazer a gestão das obras”, avalia o pró-reitor.
MAIS DE 20 ANOS DE EXPERIÊNCIA
Em mais 20 anos de experiência na gestão de obras laboratoriais, a Fundep executou mais de 160 mil metros quadrados de edificações que envolveram mais de 5,7 mil colaboradores, 50 mil pedidos de compras, e aproximadamente R$ 700 milhões, uma média de R$ 50 milhões gerenciados por ano.
Rogério Silva Marcondes, engenheiro de planejamento de obras da Fundep, faz algumas comparações para dar a dimensão dos empreendimentos. “É como se tivéssemos executados 46 prédios do CT Nano [Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno da UFMG, um dos mais importantes da América Latina e executado pela Fundep], que possui mais de 3 mil metros quadrados. Se todas essas obras tivessem sido executadas como andares superiores do CT Nano, teríamos o segundo edifício mais alto do mundo com mais de 700 metros de altura, perdendo apenas para o Burj Khalifa, no Emirados Árabes Unidos, que tem 828 metros”, explica.
De grandes projetos de engenharia a pequenas adaptações em laboratórios, as histórias das obras apoiadas pela Fundep na Universidade, especialmente no Campus da Pampulha, remetem não somente edifícios e reformas de espaços, mas revelam também a integração da pesquisa, do ensino, da extensão e da cultura; a conexão dos mais diversos saberes e de pessoas. A infraestrutura física da UFMG permite sua na formação de profissionais, produção de conhecimento, inovação e tecnologia e desenvolvimento de ações para a sociedade. Isso contribuiu para que a instituição se tornasse uma das principais instituições públicas do país e reconhecida internacionalmente.
Campus 2000: o sonho da cidade universitária
Já era um novo milênio quando a UFMG ousou finalmente concretizar o sonho da cidade universitária, acalentado desde a instalação da Universidade no campus Pampulha, na década de 1950. Possibilitado pelo Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o Campus 2000 viabilizou a construção de novos prédios, ampliações e reformas.
Com o Campus 2000, unidades antes localizadas no centro de Belo Horizonte foram transferidas para o Campus Pampulha, como a Faculdade de Ciências Econômicas (Face), a Faculdade de Farmácia e as Escolas de Engenharia e de Odontologia. Por sua vez, a Faculdade de Educação (FaE), o Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Escola de Educação Física (EEFFTO), o Instituto de Geociência (IGC) e o Departamento de Química do ICEx, foram unidades reformadas e ampliadas.
A Fundep atuou de forma decisiva nas obras, sendo responsável por construções que, no total, ultrapassam 100 mil metros quadrados. Ademais, no desenvolvimento do projeto que originou o atual Campus Pampulha, foram gerenciados mais de R$125 milhões, com a contratação de mais de 3 mil funcionários. O projeto possibilitou a interação entre áreas, maior compartilhamento de conhecimento, a otimização da utilização dos recursos e a proximidade dos membros da comunidade universitária.
O professor Ronaldo Tadêu Pena participou do projeto Campus 2000 como Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFMG (2000-2006) e como Reitor da Universidade (2006- 2010) e afirma que “a primeira década deste século foi certamente o período de maior volume de construções na UFMG”. Segundo o professor, naquela época foi incluída uma alteração de finalidade no estatuto da Fundep para caracterizar suas atividades no ramo da construção civil em obras da Universidade. “Para o Campus 2000, a Fundep tornou-se uma empresa construtora completa e de muito sucesso. O Campus Pampulha foi por algum tempo o maior canteiro de obras de Belo Horizonte. O resultado foram obras de excelente qualidade, executadas com economia de cerca de 20% em relação aos preços do mercado, conforme constatado pelo TCU [Tribunal de Contas da União]”, finaliza.