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Parceira da Universidade e de quem mais precisa dela

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Equipe do Plantão Psicológico, projeto de extensão da UFMG: atendimento humano, acolhedor e diferenciado.
Equipe do Plantão Psicológico: atendimento humano, acolhedor e diferenciado. Crédito: Proex UFMG

Como gestora de programas de Extensão, Fundep oferece segurança para que projetos fundamentais para a população sejam desenvolvidos sem interrupção e com excelência e transparência

 

25 de janeiro de 2019, 12h28. Dia e hora que marcam as vidas de familiares de 270 pessoas que perderam as vidas naquele que é o segundo maior acidente industrial do século e o maior acidente trabalhista no Brasil. O rompimento da barragem da Mina do Feira, no município de Brumadinho, passaria a ser também o ponto mobilizador de um dos maiores projetos de extensão da UFMG, o Projeto Brumadinho, que articula conhecimento técnico-científico em todas as áreas do conhecimento, com recursos direcionados pela justiça mineira, para embasar decisões da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Belo Horizonte nos casos relacionados à tragédia envolvendo a mineradora Vale. 

Não foi a primeira vez que a Universidade se envolveu com uma tragédia ambiental e social dessa magnitude. A seleção da UFMG para apoiar a Justiça Mineira considerava a mobilização da Universidade em torno de outro projeto, o Participa UFMG, um esforço coordenado pela reitoria da UFMG, com apoio financeiro do Ministério Público do Trabalho, para execução de uma série de intervenções que visam a reparação dos danos do rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, em Mariana, a maior tragédia ambiental do país.

Projeto Brumadinho reúne especialistas em múltiplas áreas do conhecimento para avaliar impactos de rompimento de barragem em Brumadinho e auxiliar Justiça em decisões relacionadas ao caso.
Crédito: Ibama Creative Commons

 

As duas ações marcam tanto a solidez das ações de extensão da UFMG, que remontam ao próprio nascimento da Universidade, quanto o apoio da Fundep a essa dimensão acadêmica. “São duas grandes ações que lidam com situações complexas que exigem articulação interdisciplinar, desenvolvimento de processos rigorosos academicamente, e, também, gestão administrativa e financeira muito transparente e qualificada, como a da Fundep. Temos construído, com a Fundação, um acompanhamento cada vez mais afinado, sempre em prol de atender essas demandas que são de grande interesse público”, avalia a pró-reitora de Extensão da UFMG, professora Claudia Mayorga. 

A dimensão Extensão é uma das que mais vem se fortalecendo nos 94 anos da UFMG e contribuindo com a missão da universidade pública, “que é realizar um conjunto de atividades (para atender às questões e demandas da sociedade) em diálogo e parceria com os mais diversos setores: da sociedade civil, comunidades, associações, empresas, organizações das políticas públicas a instituições do judiciário, entre outras”, completa Mayorga. 

Pró-reitor de Extensão no período de 1998 a 2002, na gestão do Reitor Francisco de Sá Barreto, e de 2002 a 2006, na gestão da Reitora Ana Lúcia Almeida Gazzola, o professor Edison Corrêa vivenciou a década de definitivo reconhecimento da extensão nas universidades públicas. “Tive uma posição privilegiada, porque participei da conceituação da extensão e da criação do banco de dados sobre linhas temáticas e ações de extensão, o que contribuiu para o que hoje é o SIEX/UFMG (Sistema de Informação da Extensão).  

Desenvolvido pela UFMG em 1993, o SIEX foi criado tendo em vista as novas demandas e desafios da Extensão na Universidade e passou a atender às universidades integrantes do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras em 2000. 

Nesse processo de consolidação da extensão no país, o professor ressalta o caráter cultural e político adquirido ao longo dos anos: “a trajetória da extensão no Brasil foi marcada pelo modelo inglês, que é focado em cursos para a sociedade, e pelo americano, que se concentra em atividades rurais. A partir disso, houve um movimento de construção social e política e, nesse contexto, o movimento estudantil foi muito importante”, acrescenta.

Ação entre professores e estudantes de Veterinária da UFMG permitiu a instalação de um hospital de campanha para atender animais recuperados após rompimento de barragem em Mariana.
Crédito: Assessoria de Imprensa da Escola de Veterinária da UFMG 
Transparência e eficiência 

No apoio às ações de extensão da UFMG, a Fundep agrega seus valores de excelência e integridade. “Nessa construção de uma extensão mais fortalecida, um valor muito importante para a extensão universitária é a transparência nos processos acadêmicos e também administrativos e financeiros. E a Fundep tem, cada vez mais, auxiliado nesse quesito, deixando claro como os recursos captados são utilizados”, afirma a pró-reitora Claudia Mayorga. 

Atual coordenador de uma das ações de extensão da UFMG que há mais tempo é apoiado pela Fundep, o professor Fábio Belo, coordenador da Clínica Escola do Departamento de Psicologia, também afirma que ter a segurança de que a gestão dos recursos arrecadados com os atendimentos será feita de maneira eficiente e ética confere tranquilidade aos servidores envolvidos na orientação aos estudantes que fazem o atendimento como parte de sua formação em Psicologia.  “Temos a certeza de que todos os processos da Fundep são idôneos e transparentes, o que é um valor importante para a Universidade. 

Atendendo a cerca de 200 pacientes todos os anos, e completando em fevereiro próximo 30 anos de parceria com a Fundep, o projeto já ofereceu atendimento terapêutico e psicoterápico com graduandos em psicologia, sob supervisão de professores, para mais de 6 mil pessoas. 

“Os benefícios para a sociedade são enormes porque a gestão da Fundep – que se responsabiliza por receber os pagamentos, fazer compras necessárias, prestar contas com transparência – nos permite oferecer um serviço contínuo, sem sobressaltos, que ao ter efeitos sobre a melhoria da qualidade de vida e saúde mental dos atendidos tem efeito cascata para toda a sociedade”, destaca.  

Para a pró-reitora Claudia Mayorga, o apoio da Fundep também é fundamental na gestão dos cursos de extensão, atividades que contemplam um público variado e engloba todos os campos do conhecimento. “A Fundep oferece segurança aos coordenadores dos cursos e também ao Centro de Extensão, atualmente integrado à estrutura organizacional da UFMG, uma conquista importante no fortalecimento da dimensão acadêmica da extensão. A Fundação apoia, inclusive, com divulgação, difusão das iniciativas e no alcance dos públicos, sendo mais uma frente para ampliar diálogos com os setores da sociedade”, diz. 

 

Fundep no passado e no futuro da Extensão 

Gestora de projetos institucionais e de pesquisa desde seu nascimento, a Fundep tornou-se também gestora de projetos de extensão e mediadora de projetos estruturantes de atendimento à comunidade a partir de 1997, quando o então Fundo de Apoio à Pesquisa, criado em 1986, foi transformado em Fundo de Apoio Acadêmico, abarcando, assim, o conjunto das atividades eixo da vida acadêmica – ensino, pesquisa e extensão e, um pouco mais tarde, cultura.   

O chamado Fundo Fundep concentra 30% do resultado operacional líquido anual da Fundação. Por decisão do Conselho Curador da Fundep, esses recursos retornam à UFMG e são aplicados em ações consideradas como necessárias ao desenvolvimento institucional da Universidade. A decisão sobre o destino do Fundo Fundep fica à cargo do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFMG. 

Partilhar os recursos com outras frentes não foi encarado como perda de apoio, mas como possibilidade de que a Universidade aportasse sua expertise nas questões imediatas que precisavam ser enfrentadas, explica Dorila Piló Veloso, pró-reitora de Pesquisa entre 1994 e 1998. Segundo a pesquisadora, a Fundação foi decisiva para que a UFMG se aportasse, de forma encorpada, no Vale do Jequitinhonha, região que carrega, ainda hoje, intensas marcas da desigualdade social, política e econômica.  

“Essa distribuição dos recursos permitiu o surgimento do Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, criado em 1996, desenhado a partir da articulação da Universidade com os moradores da região”, lembra Dorila. Com atuação nas áreas da saúde, educação, cultura, comunicação, desenvolvimento regional e geração de renda, direitos humanos e meio ambiente, o Polo, a partir de trocas entre os saberes locais e científico, estrutura ações para construir mudanças sociais. 

Refletindo sobre o futuro da extensão universitária, o professor Edison Corrêa ressalta a importância da universidade se organizar junto a sociedade. “O caminho da extensão é o caminho da sociedade. Para mim, o desafio está ligado ao que significa a inserção político social da universidade. Como a gente se organiza com a organização da sociedade? De que forma vamos caminhar juntos? Como enfrentamos os grandes temas em discussão?”, convida Edison à reflexão. 

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