Pela primeira vez no país, a identificação por DNA permitiu a punição de fraudes no comércio de alimentos. Por trás do sucesso, está a start up mineira Myleus Biotecnologia. Neste ano a empresa foi contratada pela secretaria de Pesca e Maricultura do município de Florianópolis e pelo Procon da cidade para identificar, através de um teste de DNA, se os peixes vendidos na capital catarinense eram exatamente os identificados nas embalagens. Entre as 30 coletas feitas na operação “DNA do pescado”, 24% estavam adulteradas.
Eram escamudos do Alasca sendo vendidos como congrio rosa; panga comercializado como linguado, e peixe donzela transformado em bacalhau do Porto. As amostras foram colhidas em janeiro e abril de 2014. “Com a operação, pudemos autuar e multar empresas envolvidas”, afirma Bruna Mafiolete, gerente de consumidor do Procon de Florianópolis.
Outra parceria, entre a Myleus e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), analisou 290 amostras de fitoterápicos vendidos em Minas Gerais e identificou 48% de fraude nesses produtos. Em próximo projeto, a Myleus vai analisar carne processada, como hamburguer, nuggets e congelados. O objetivo é descobrir se a carne usada é de boi ou de outros animais, como cavalo ou cachorro.
Laboratório feito com investimento da Fundepar
A empresa de biotecnologia Myleus, de Belo Horizonte, recebeu em julho deste ano um aporte de R$ 500 mil da Fundep Participações S.A. (Fundepar), subsidiária da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), ligada à UFMG. “O aporte serviu para construir um laboratório e contratar pessoal na área de marketing e comercial”, diz Marcela Gonçalves Drummond, presidente da Myleus. A única empresa brasileira que faz identificação de animais e vegetais por meio de análise genética atualmente é a Myleus.
Com o investimento, a Fundepar passa a ser sócia da empresa. “Nós acompanhamos a gestão no dia a dia da empresa, além de oferecer o networking da Fundep”, explica o diretor da Fundepar, Ramon Azevedo. O objetivo da Fundepar é ajudar que tecnologias desenvolvidas na UFMG se transformem em inovação no mercado. “O “know how” em gestão e a rede de contatos ajudam muito”, confirma Marcela.
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