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Webinários da PNME discutem impactos da mobilidade elétrica na saúde e no meio ambiente

Postado em Ciência, Tecnologia e Inovação

A mobilidade elétrica – seja com veículos levíssimos, leves ou pesados – é uma resposta já concreta a vários desafios econômicos e ambientais em todo o mundo. O Brasil, com sua indústria automobilística e suas demandas muito particulares para o transporte de pessoas e cargas, também abraça a mobilidade elétrica como mais uma oportunidade para promover o desenvolvimento econômico e social de maneira sustentável.
Neste contexto, a Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME) nasce como um espaço para a construção de metas de longo prazo para a mobilidade elétrica. A PNME é um esforço conjunto de atores do Governo, da Indústria e da Sociedade Civil e da Academia, considerando assim os pontos de vista tecnológicos, de políticas governamentais e do mercado, para a eletrificação do transporte. A Fundep atua na Comissão de Ciência e Tecnologia (CC&T) da Plataforma, juntamente com a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, e o Instituto Clima e Sociedade (iCS). Saiba mais aqui.
Discussões
Com o propósito de reunir referências dos setores da mobilidade elétrica para contribuir com caminhos e respostas para movimentar a Plataforma, iniciou o Ciclo de Webinários da PNME. Dois encontros já foram realizados, sobre impactos na saúde (26/08) e no meio ambiente (28/08).

  • Os próximos temas previstos para discussões são: economia e inovação.

Confira como foram as conversas:

Mobilidade elétrica e saúde

O primeiro painel teve a pergunta-guia “Como a mobilidade elétrica pode contribuir para a sua saúde?”.
Assista na íntegra aqui.
“Um dos benefícios da mobilidade elétrica é a clara redução de material particulado, componente mais nocivo para a saúde respiratória das pessoas”, apontou Evangelina Vormittag, idealizadora e diretora do Instituto Saúde e Sustentabilidade e uma dos painelistas do webinário. Além do fator respiratório, questões como melhoria na mobilidade ativa, bicicletas elétricas, ônibus mais eficientes e a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa mostram a importância do tema.
O investimento neste novo paradigma também foi pauta do debate. “Temos desenvolvido projetos de ciclo logística elétrica, onde vemos que a implantação da bicicleta elétrica traz muitos ganhos, seja para as empresas seja para o trabalhador”, exemplificou Victor Andrade, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Laboratório de Mobilidade Sustentável.  “É preciso atentar para o fato de que a tecnologia da mobilidade elétrica não é mais disruptiva, mas ainda enfrenta problemas financeiros e políticos. Quando visto pelo lado da saúde, o investimento não fica tão oneroso”, pontuou.
A adaptação, porém, não se esbarra apenas nas medidas burocráticas. “A adoção da mobilidade elétrica e o seu investimento não é somente uma questão de poder público ou investimento, mas também do comportamento das pessoas”, explicou Carmen Araújo, diretora executiva do International Council on Clean Transportation (ICCT Brasil). “É possível, neste sentido, fazer políticas públicas de incentivo para a mudança comportamental. Temos trabalhado com o poder executivo para implementar essas políticas”, afirmou Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies Brasil e coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg para Segurança Global no Trânsito.

Mobilidade elétrica e meio ambiente

O que o meio ambiente no Brasil tem a ganhar com a mobilidade elétrica?”. Assista na íntegra aqui.

Para Kelly Fernandes, arquiteta analista do Programa de Mobilidade Urbana do IDEC, um dos principais ganhos da mobilidade elétrica é a possibilidade real de se enfrentar a crise climática, além de poder alavancar mudanças na matriz energética utilizada pelo setor de transportes, altamente poluente. “Mais do que o meio ambiente, a sociedade tem bastante a ganhar com a mobilidade elétrica, desde que bem planejada”, apontou Davi Martins, líder de projeto no Greenpeace. Cerca de 4 mil mortes anuais na cidade de São Paulo, decorrentes do impacto da poluição dos ônibus, poderiam ser evitadas com o novo modelo, segundo estudo realizado no iCS.
A eficiência energética também adiciona vantagens à mobilidade elétrica. Enquanto motores de combustão podem aproveitar até 40% de conversão de energia, os motores elétricos apresentam uma taxa de mais de 90%, segundo perspectivas apresentadas por Amanda Ohara, coordenadora técnica do Instituto E+ Transição Energética. No Brasil, onde a matriz energética se baseia em fontes renováveis, a equação de sustentabilidade e eficiência se torna ainda mais atraente.

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