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Programa Rota 2030: estímulo para o futuro do setor automotivo brasileiro

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Com o intuito de alavancar a indústria automotiva nacional por meio de inovações tecnológicas, o Programa Rota 2030 foi lançado em setembro de 2019 pelo Governo Federal. A iniciativa prevê investimentos da ordem de R$200 milhões por ano para projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) realizados por Institutos de Ciência e Tecnologia (ICT) em parceria com empresas e startups de todo o Brasil. Os recursos são depositados pelas empresas do setor automotivo, que se beneficiam com a isenção de impostos e outros incentivos.
A Fundep coordena dois programas prioritários do Rota 2030: Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, que objetiva habilitar competências e restabelecer a competitividade das ferramentarias brasileiras, certificando-as como fornecedores globais de ferramentas de alto valor agregado (chamadas abertas – clique aqui e saiba mais); e Propulsão, Biocombustíveis e Segurança Veicular, que objetiva o desenvolvimento de tecnologias para cada uma dessas áreas, oferecendo ao mercado soluções de power train mais modernas.
Os impactos da pandemia do novo coronavírus refletiram significativamente em uma crise na economia mundial, visto que as iniciativas de combate à Covid-19 e a necessidade do isolamento social interferiram nos resultados e funcionamento de processos produtivos. Neste contexto, o Rota 2030 mostra ainda mais relevância, pois os incentivos oferecidos pelo Programa não serão interrompidos e o seu formato promove agilidade no aporte de recursos aos projetos, que visam o aumento da produtividade da cadeia automotiva e de sua competitividade em escala global.
Convidamos especialistas, representando o segmento automotivo e a produção científica, para comentarem sobre o Rota 2030, linhas coordenadas pela Fundep, e suas expectativas neste cenário. Para uma visão sobre a linha IV, conversamos com Mário Boccalini Jr., pesquisador Sênior do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Para a linha V, contamos com a opinião do Fernando Villela, supervisor de Planejamento de P&D da Ford Brasil, membro do GT-2 da Anfavea (P&D) e do Comitê Consultivo do Programa Finep 2030.
 
No contexto da pandemia da Covid-19, o setor automotivo teve uma queda de 99% no mês de abril na produção de autoveículos (segundo dados da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O que o Rota 2030 representa para a cadeia diante este cenário?
Fernando Villela: Representa uma ponte ao futuro, um estímulo a uma nova forma de cooperação na cadeia automotiva que pode buscar as soluções nacionais aos desafios específicos do nosso mercado.
Mário Boccalini Jr.: Especialmente no caso das Ferramentarias, o Rota 2030 representa grande oportunidade para a preparação desse setor com vistas à sua inserção em cadeias globais de produção de componentes automotivos por meio do aumento da sua produtividade e, consequentemente, da sua competitividade, lastreadas na elevação dos níveis de qualidade e de confiabilidade dos seus produtos, bem como do seu grau de prontidão e de maturidade tecnológica e organizacional. Independentemente do contexto, processos de conformação representam parcela expressiva das atividades na indústria automotiva e o ferramental associado a esses processos é um dos seus elementos críticos.
 
O Programa Rota 2030 foi instituído pelo Governo Federal com o objetivo de ampliar a inserção global da indústria automotiva brasileira, por meio da exportação de veículos e autopeças. Quais são as principais necessidades das cadeias representadas nas linhas IV e V do programa?
Fernando Villela: A pandemia, pelos efeitos econômicos, agravou a necessidade de soluções criativas de baixo custo para os desafios tecnológicos de Eficiência Energética, Segurança e Eletrificação. Os Programas Prioritários de Parcerias representam uma forma moderna de superar esses obstáculos usando o modelo da Tríplice Hélice [Universidade – Empresa – Governo].

Mário Boccalini Jr.

Mário Boccalini Jr.: Tratando especificamente da linha IV do programa, há razoável consenso sobre as principais necessidades das ferramentarias brasileiras: formação tecnológica e gerencial de recursos humanos; aplicação de pesquisa e inovação na sequência tecnológica de produção do ferramental, a partir do trabalho conjunto envolvendo empresas e ICTs; e aplicação de conceitos da indústria 4.0.
 
 
Qual é a importância da conexão entre indústria e produção científica para o desenvolvimento do setor automotivo?
Fernando Villela

Fernando Villela: A produção científica no Brasil historicamente tem sido muito distante das necessidades do país. É o momento de mudar. A sociedade pede que o Governo, Indústria e Comunidade Científica aprendam a falar a mesma língua para caminhar em direção ao futuro. As agências de fomento têm um papel central nesta atividade. A liberdade de movimento traz o progresso e não há melhoria sem mobilidade.
Mário Boccalini Jr.: Em qualquer setor industrial considerado, a experiência internacional demonstra que a conexão entre indústria e produção científica é absolutamente imprescindível para que elevados níveis de desenvolvimento tecnológico e econômico sejam atingidos. No setor automotivo não é diferente. Na ponta desta conexão, a obtenção de soluções efetivas requer uma interação radicalmente simbiótica, em que os agentes de produção científica façam profunda imersão nos problemas específicos enfrentados pela indústria e, ao mesmo tempo, os agentes industriais absorvam o rigor metodológico que caracteriza as atividades científicas. 
 

Convite: sessões tira-dúvidas Linha IV | Rota 2030

Fundep e IPT convidam para lives tira-dúvidas especiais sobre o Programa Rota 2030, chamadas públicas da linha IV Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas.

Dia 10/06/2020 – quarta-feira
Duas sessões:
• 10h às 11h30 – para ICTs e parceiro industrial usuário de ferramentas
• 15h às 16h30 – para ICTs e parceiro industrial fabricante de ferramentas

A equipe estará à disposição para apresentar as chamadas, auxiliar sobre o processo de submissão de propostas e questionamentos gerais.
Inscreva-se para participar: bit.ly/duvidaslinhaiv

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