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Fundep lança chamadas para investimento de R$ 21 milhões em projetos na parceria entre Institutos de Ciência e Tecnologia e setor automotivo

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Chamadas do Programa Rota 2030 visam potencializar a produtividade e a competitividade da cadeia automotiva nacional pelos eixos de bioenergia eficiente, condução segura e propulsão alternativa à combustão; o evento de lançamento, realizado na UFMG, reuniu representantes do governo, executivos do setor e pesquisadores para debates sobre o futuro da mobilidade

Executivos do setor automotivo, representantes do governo e de diferentes universidades e institutos de pesquisa viveram uma tarde de inspiração e networking, na última segunda-feira (9/3), durante evento realizado pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O encontro promoveu reflexões sobre o futuro da mobilidade nacional e apresentou as oportunidades do Rota 2030, programa do Governo Federal para o desenvolvimento da indústria nacional.
Além de assistirem a diferentes painéis sobre as demandas da cadeia automotiva para a construção de soluções e inovações, os presentes participaram do lançamento de três chamadas do Rota 2030, no âmbito da coordenação da Fundep na linha V, para os eixos temáticos de bioenergia eficiente, condução segura e propulsão alternativa à combustão. O investimento nestas chamadas será de R$ 21 milhões.

Conexões

No evento, os participantes fizeram networking e desenharam parcerias. O professor titular do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG, Ramon Molina, aproveitou o momento para compartilhar com os executivos do setor as pesquisas que desenvolve na área de biocombustível. “Esse programa é uma grande oportunidade para a academia trabalhar com a empresa, principalmente porque essa é uma área em que os aportes são altos. Temos alguns projetos que precisavam de recurso e agora podem ser executados, caso sejam selecionados”, comemora.
O Supervisor de Estratégia da Ford, Fernando Vilela, também estava animado com as possibilidades que enxergou a partir do evento. “A Ford tem vários possíveis projetos nas áreas de biocombustível e condução segura e esse ambiente de networking ajuda a colocá-los em prática, pois temos a oportunidade de conhecer o ecossistema, as universidades, os fornecedores e começar a articular projetos”, diz.

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Chamadas – Linha V Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão

As propostas precisam ser apresentadas por um Instituto de Ciência e Tecnologia em parceria com uma empresa ou startup, segundo o Diretor da Fundep, Martín Ravetti. A data limite para submissão de projetos é dia 6 de abril (submissão de propostas no site da Fundep: www.fundep.ufmg.br) A expectativa é que sejam selecionados 12 projetos para execução a partir de julho.
“É importante lembrar que um dos diferenciais desse financiamento é a agilidade de aporte dos recursos, uma vez que o dinheiro destinado aos projetos já foi captado por meio do Rota 2030”, afirma. Os recursos são depositados por empresas do setor automotivo, que se beneficiam com a isenção de impostos e outros incentivos. Para a seleção dos projetos, foi formado um comitê técnico composto por professores de universidades parceiras e representantes de associações representativas do setor.
A previsão é que sejam lançadas, ainda em 2020, mais três chamadas da Linha V, que conta com coordenação técnica da Unicamp, da Universidade de Estadual do Ceará (Uece) e do Centro Universitário FEI.
Rota 2030 – A Fundep coordena, também, a linha IV do Programa – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas. Cada uma das linhas coordenadas pela Fundep vai investir pelo menos R$ 40 milhões por ano em projetos de Pesquisa & Desenvolvimento. Assim, durante cinco anos, serão R$ 400 milhões de investimentos para fortalecer o segmento automotivo.

Arranjo institucional  

O presidente da Fundep, prof. Alfredo Gontijo de Oliveira, comenta que as transformações trazidas pela era digital e a dissolução das fronteiras entre países promovida pela globalização exigem uma postura diferente das organizações. Para o presidente da Fundação, elas precisam se manter abertas e em constante aprendizado. “Somente uma organização que se permite aprender é capaz de se concretizar novas realidades emergentes. E é sobre isso que estamos falando nesta iniciativa. Precisamos de abordagens transdisciplinares para fazer frente às mudanças e potencializar as oportunidades. Ao lançar esses editais, a Fundep contribui para uma política robusta de inovação no Brasil e de forma particular no avanço da cadeia automotiva”, afirmou.
A Reitora da UFMG, professora Sandra Regina Goulart de Almeida, também comemorou a confluência dos diferentes atores em busca de soluções para a mobilidade. Ela reforçou a importância das fundações que fomentam a pesquisa nas universidades, lembrando que qualquer projeto de desenvolvimento do país depende do conhecimento da academia. “Não se constrói um país sem as universidades e sem pesquisa. Sei que vivemos tempos difíceis, mas a crise também indica possibilidade de mudança. Esse edital da Fundep é uma oportunidade para a transformação desses tempos difíceis e fico muito contente que a Fundação da Universidade tenha assumido esse papel pioneiro”, disse.
Já o Coordenador das Indústrias para Mobilidade e Logística do Ministério da Economia, Ricardo Zomer, comentou sobre a alegria de ver o Rota 2030 tomar forma por meio do esforço das entidades coordenadoras das linhas de financiamento. “Formulamos as estratégias e colocamos como executoras na ponta instituições de pesquisa, que é quem sabe fazer”, conta, revelando que as expectativas são as melhores possíveis.

Tendências do setor

No evento de lançamento, durante os debates e palestras ficou claro que a palavra de ordem é transformação. As empresas terão que aprender a lidar com um consumidor plural, uma cultura em que o carro é valorizado mais pelo uso do que a posse, e o processamento de dados ocorre em qualquer formato, dispositivo, lugar e tempo. Para o representante da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, João Irineu, esse cenário traz muitos desafios, mas também oportunidades. “Temos muitas possibilidades na área de ferramentaria, que hoje é sustentada principalmente pela importação, além das melhorias em combustível, segurança veicular, entre tantas outras. Além disso, temos os Institutos de Ciência e Tecnologia, com suas expertises, e os recursos disponíveis para o financiamento de projetos”, destacou.
Representantes de diferentes organizações também apresentaram iniciativas já existentes no Estado para a construção de soluções para a mobilidade. O coordenador do projeto para a consolidação da mobilidade elétrica no Brasil (PROMOB-e), Marcus Regis, apresentou a Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica, que foi lançada em fevereiro, e funciona como um fórum de discussões e ações em favor da mobilidade elétrica. O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Dante Matos, falou sobre o investimento da organização nos materiais portadores do futuro, como o nióbio, as terras raras e o grafeno, além das baterias de lítio. O Secretário de tecnologias aplicadas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Brigadeiro Maurício Ribeiro Gonçalves, falou sobre a política de materiais avançados do Governo Federal, que também investe nesses recursos importantes para a construção de uma sociedade que não depende do combustível fóssil. O superintendente de estratégia, meio ambiente e inovação da Cemig, Lauro Vasconcelos, apresentou projetos de mobilidade elétrica que são financiados pela instituição. Entre eles está um programa de abastecimento de ônibus elétricos para o transporte público.

Fundep no Rota 2030

Nessa busca para alavancar a indústria automotiva brasileira, a Fundep se posiciona como um elo entre governo, empresas e pesquisadores. A Gerente de Negócios e Parcerias, Janayna Bhering, afirma que essa é a missão da Fundação: promover o desenvolvimento do País por meio de conexões e oportunidades para a pesquisa, ensino e inovação. “Essa ponte que fazemos é essencial para que os projetos propostos sejam coerentes com os objetivos do Programa e para manter a característica transversal e multi-institucional das chamadas. Estamos com boas expectativas de receber projetos robustos, que impactem toda a cadeia e ajudem as empresas a se tornarem mais competitivas no nível nacional e, por que não, a pensarem no futuro em exportação de tecnologias”, finaliza Janayna.
O diretor da Fundep, Martín Ravetti, também reforçou o papel da instituição, colocando a Fundação à disposição dos diferentes atores. “Se você é um pesquisador e precisa de fazer essa conexão com as empresas pode procurar a Fundep. Se você é uma empresa e está procurando um pesquisador para resolver algum desafio tecnológico é só nos procurar também”, convida. 


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