A tecnologia de mobilidade desenvolvida pelos pesquisadores será adquirida por uma montadora alemã para a utilização em caminhões
O Sistema Lume de Mobilidade Autônoma, tecnologia desenvolvida pela startup Lume Robotics, permite que veículos de médio e grande porte possam trafegar de modo parcialmente autônomo, dispensando a necessidade de um ser humano no comando, na maior parte do trajeto. A ferramenta foi um dos destaques da Fenatran, maior feira de transporte e logística rodoviária do Brasil, deste ano.
O investimento na startup, gerido pela Fundepar, faz parte da cartela de fundos de investimento do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). A Lumes foi a empresa escolhida para receber o aporte financeiro e desenvolver a tecnologia de automação.
SISTEMA LUME DE MOBILIDADE AUTÔNOMA
O Sistema Lume de Mobilidade Autônoma é capaz de criar mapas e rotas de uma determinada região. Utilizando esses mapas e as informações dinâmicas de sensores, o sistema se localiza instantaneamente na região mapeada e pode trafegar de forma autônoma, evitando obstáculos estáticos e dinâmicos, lidando com todos os elementos de trânsito e alcançando o destino predefinido.
Legenda: Caminhão autônomo da Mercedes-Benz. Créditos: Mercedes-Benz/Divulgação.
Devido ao destaque da inovação, empresa alemã Mercedes-Benz, anunciou a parceria com a startup e vai realizar a comercialização dos primeiros caminhões com automação nível quatro construídos no Brasil.
NÍVEIS DE CONDUÇÃO DE AUTOMAÇÃO
Para que empresas desenvolvam sistemas de automação de veículos, que realizam parte ou toda a tarefa de direção dinâmica (DDT), é necessário seguir a padronização da Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE). Por meio dela, é fornecida uma taxonomia com definições específicas para seis níveis de condução e automação. Esses níveis vão do 0 ao 5, na medida em que a dependência de um motorista no carro dirigido diminui conforme o nível aumenta.
Nível 0: Sem automação de condução
No primeiro nível de padronização não existe autonomia. Sendo assim, os veículos são totalmente dependentes do condutor.
Nível 1: Assistência ao motorista
Neste nível, os carros oferecem recursos de direção ou freio/aceleração de forma compartilhada com o motorista. No nível 1 há, por exemplo, o assistente de centralização da pista e controle de velocidade adaptativo, que mantém o automóvel a uma distância segura do veículo a frente.
Nível 2: Automação de direção parcial
No nível 2 estão os veículos dotados de sistemas avançados de assistência à direção (ADAS), que pode assumir a direção. Mesmo que o condutor ainda precise, obrigatoriamente, manter as mãos no volante, o sistema “dirige”, acelerando e freando ativamente o veículo ao viajar em rodovias, por exemplo.
Nível 3: Automação condicional de condução
Neste nível, o veículo é capaz de utilizar sistemas de assistência ao motorista e inteligência artificial para tomar decisões com base nas mudanças nas situações de direção ao redor. Um motorista deve estar dentro do automóvel, mas não precisa supervisionar a tecnologia de forma integral.
Nível 4: Alta automação de condução
É no nível 4 de autonomia que os motoristas podem, por exemplo, dormir em determinado período da viagem (em certas áreas, entretanto). Há algumas restrições, uma vez que o modo de condução totalmente autônomo só pode ser ativado em determinadas condições.
Nível 5: Automação de direção completa
O nível 5, classificação mais alta de automação de direção, significa que um veículo pode ser dirigido sozinho, em qualquer lugar e em todas as condições, sendo que o único envolvimento humano com o automóvel será na definição de um destino. Um veículo nível 5 não é limitado por nenhum limite de geolocalização e nem afetado pelo clima.