A história do Brasil sempre foi marcada por conflitos, e eles contribuíram decisivamente para moldar a identidade do país. Parte significativa dessa trajetória é resgatada pelos registros fotográficos da exposição itinerante “Conflitos: fotografia e violência política no Brasil 1889-1964”. A mostra terá uma reabertura especial no dia 7 de fevereiro, na UFMG, campus Pampulha, ao lado do Restaurante Setorial I, até 1º de fevereiro.
Instalada em um caminhão-museu, a exposição reúne fotografias de conflitos políticos – revoltas, revoluções, insurreições e guerras civis – que tiveram desfechos violentos envolvendo as Forças Armadas. Entre o golpe que deu origem à República e o de 1964, trata-se de um período fundamental na formação do país, que antecedeu duas décadas de ditadura. “O que se vê são fragmentos de uma história de disputas e balas: o olhar ingênuo do jovem soldado em contraste com mortos e feridos; cenas de escombros e depredações; expressões de desolação, perplexidade e fúria”, conta a professora Heloisa Starling, do Departamento de História da UFMG, que realiza a consultoria da exposição e coordenação do projeto do caminhão-museu.
“Toda imagem realizada num conflito é interessante e abordá-la é analisar também os fatores que moldam seus significados: a tecnologia fotográfica disponível em cada período; os retratados e suas poses; os enquadramentos; as formas de circulação; a posição política dos periódicos; a censura; os textos, os projetos gráficos e as legendas que as acompanharam. A exposição procura mostrar como as fotografias cumpriram o papel de arma na disputa por opiniões, ao mesmo tempo que apresenta um panorama heterogêneo do percurso da imagem documental ao longo de 75 anos”, explica a curadora Helena Espada.
Parcerias
A exposição é resultado da parceria do Projeto República, da UFMG, com o Instituto Moreira Salles e conta com apoio do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania – Sedpac. Conflitos tem curadoria de Heloisa Espada e consultoria da professora Heloisa Starling, da Ângela de Castro Gomes, da Universidade Federal Fluminense, e da Ângela Alonso, da Universidade de São Paulo.
A mostra itinerante é uma adaptação da exposição que passou pelo Instituto Moreira Salles em São Paulo e no Rio de Janeiro. As imagens revelam um Brasil que contrasta com o estereótipo de um país pacífico.
Gestão Fundep
A Fundep realiza a gestão do projeto do caminhão-museu, prestando atendimento em compras, contratação de fornecedores, assessoria jurídica, entre outras ações.
Fonte: Portal UFMG e apresentação do projeto