Universidade faz parte de uma rede de pesquisadores formada pela Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está participando da rede de pesquisadores de todo o Brasil para desenvolver estratégias de detecção, tratamento e vacinas relacionadas ao novo coronavírus. Até agora, Minas Gerais tem um caso confirmado da doença e 260 estão em investigação.
A rede de pesquisadores em todo o Brasil está sendo formada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A primeira reunião aconteceu em fevereiro e a próxima acontece neste mês.
Coordenados pela UFMG, dois institutos estão participando das pesquisas, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Vacinas e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Dengue.
Uma das propostas que está sendo estudada pelo INCT – Vacinas é a produção de um teste diagnóstico para o novo coronavírus. Atualmente, o diagnóstico é realizado por meio de um protocolo complexo. A ideia é criar um teste em massa, que não é mais rápido que o outro, mas tem a possibilidade de ser aplicado em várias pessoas ao mesmo tempo.
Do INCT- Dengue, o foco é o vírus influenza, mas possíveis contribuições em relação ao coronavírus também estão sendo estudadas.
Exames passam a ser realizados em Minas
De acordo com o pesquisador e virologista da UFMG, Flávio da Fonseca, a INCT – Vacinas participa da rede por ter como referência o teste de diagnóstico chamado sorológico. Este teste trabalha com a identificação em massa. Consegue atender e diagnosticar com rapidez um número grande de pessoas como é feito, por exemplo, com a dengue.
O teste molecular como é feito atualmente no Brasil identifica o genoma do vírus. Colhem material da pessoa, leva para o laboratório, lá extraem o material genético do vírus e procura dentro dele o genoma. “O teste molecular é preciso, mas demanda infraestrutura específica e pessoal treinado. Até hoje no país apenas três institutos públicos fazia esse tipo de teste: Evandro Chagas no Pará, Adolfo Lutz em São Paulo e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio”, completa.
Fonseca fala ainda que o trabalho desenvolvido na UFMG é importante pois usando apenas o teste molecular o sistema público não conseguiria atender todas as pessoas em caso de epidemia.
O professor defende o diagnóstico sorológico por existir mais laboratórios capacitados. É detectado a presença de anticorpo no corpo do indivíduo ou na proteína do vírus. Se dará certo? Ele diz que só o tempo poderá responder. O objetivo é dar suporte ao pessoal da linha de frente que são os profissionais da saúde.
Ele afirma ainda que a pesquisa está em pleno andamento. O recurso usado vem de outros projetos. “O Ministério ainda vai estudar formas de distribuir os valores para os grupos. Por enquanto vamos usando o dinheiro do próprio Centro de Tecnologia de Vacinas. Não é desvio de verbas e nenhum projeto será prejudicado”, diz.
A partir do dia 12/03, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) passa a realizar os exames para identificar o coronavírus nos casos suspeitos em Minas Gerais. Até agora, o exame era realizado no laboratório de referência no Rio de Janeiro, Fiocruz.
O governo do estado recebeu, do Ministério da Saúde, kits para realização de 250 testes no dia 09/03. Além de Minas, há previsão que outros 14 estados sejam contemplados com cerca de 10 mil kits, que são compostos por um conjunto de reagentes específicos para o Covid-19.
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