O rio São Francisco tem uma extensão de quase 3 mil quilômetros e banha cinco estados brasileiros. Com nascente na Serra da Canastra, em Minas Gerais, era chamado pelos índios de Opará, que significa “rio-mar”.
Agora, Opará é também o nome do barco que vai percorrer o “Velho Chico”, com o objetivo de monitorar o trecho médio do rio, entre os municípios de Pirapora e Manga, no Estado mineiro. Essa ação será realizada por meio do projeto de pesquisa e controle da qualidade das águas do Programa de Revitalização do Rio São Francisco, desenvolvido pela Fundação Unesco-Hidroex, com apoio da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com gestão da Fundep. “Trata-se de uma proposta inovadora, que prevê a construção de uma embarcação, especialmente projetada para este fim, que navegue desenvolvendo pesquisas científicas e realizando monitoramento da qualidade ambiental dos cursos d’água da bacia do rio São Francisco”, detalha a coordenadora do projeto, Magda Greco.
Este é o segundo ano da pesquisa, cuja fase atual é de finalização da estrutura interna do barco, que vai abrigar um moderno laboratório de análises químicas e biológicas para funcionar durante as expedições científicas. ?A parte externa do barco está concluída. Agora estamos finalizando as compras dos equipamentos do laboratório e planejando a inauguração da embarcação, prevista para novembro de 2014?, informa Magda. A primeira navegação para fins de pesquisa vai aguardar a liberação da Administração da Hidrovia do São Francisco (AHSFRA), fator dependente do nível do rio e da intensidade das chuvas. Além da AHSFRA, o projeto conta o apoio da Capitania Fluvial do Rio São Francisco (Marinha do Brasil).
Ousadia e dedicação
A atuação da Fundep tem sido preponderante para viabilizar esse trabalho ousado e inovador.
A Fundação contratou um estaleiro para a construção do barco-pesquisa às margens do rio São Francisco, no município de Pirapora. “Nessa contratação, o desafio maior foi encontrar uma empresa especializada, que cuidasse tanto da construção do casco, quanto também do fornecimento do motor, equipamentos, acomodações, instalações internas e itens de segurança”, informa Marilene Silva, da Gerência de Compras (Gecom).
“A cada novo projeto, a Fundep se destaca e reforça sua competência de gestão, o que nos dá mais espaço no mercado para concorrer a editais como esse”, comenta Simone Simões, da Gerência de Atendimento a Projetos Externos (GAP/Epex). Simone diz que é gratificante fazer parte dessa iniciativa de tamanha importância econômica, social e cultural.
Segundo Magda Greco, “o Opará é fruto de muita dedicação da equipe da Fundação. Ações pouco usuais em projetos de pesquisa foram desenvolvidas em conjunto com a coordenação, para que alcancemos resultados positivos. Um exemplo é que a Fundep acaba de contratar a tripulação da embarcação obedecendo a todas as normas da Marinha do Brasil”.
Ela acredita que o barco será utilizado de forma continuada pelas instituições de ensino e pesquisa que tiverem interesse em desenvolver projetos na bacia e poderá, ainda, servir de base para atividades de extensão e capacitação das populações ribeirinhas.